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    Polícia invade Cine Marrocos em ação contra tráfico de drogas em SP

    FABIANO MAISONNAVE
    DE SÃO PAULO

    05/08/2016 09h10 - Atualizado às 13h36

    Fabiano Maisonnave/Folhapress
    Tropa de choque bloqueia a entrada do Cine Marrocos
    Tropa de choque bloqueia a entrada do Cine Marrocos

    Dezenas de policiais do Choque e da Polícia Civil tomaram nesta sexta-feira (5) o antigo Cine Marrocos, na região central de São Paulo, em operação contra o tráfico de drogas. Uma outra parte da operação aconteceu na cracolândia, também no centro. Segundo a polícia, 32 pessoas foram detidas.

    O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira (5) que desconhecia a operação da polícia. O petista também fez duras críticas críticas ao MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo). Para ele, os líderes do movimento exploravam os moradores.

    Inaugurado em 1952, o Cine Marrocos foi um dos cinemas mais luxuosos da capital paulista. Com o cinema desativado há décadas, o imóvel foi comprado pela prefeitura para abrigar a Secretaria Municipal de Educação, porém, o prédio foi invadido em 2013 pelo MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo), e, desde então, acumula uma série de polêmicas.

    Polícia invade antigo Cine Marrocos em ação contra tráfico de drogas

    A operação começou por volta das 8h30 quando a Tropa de Choque se posicionou em frente à entrada do prédio. Reforçada pelo caveirão, a policia entrou no prédio para vascular os apartamentos. Cerca de 20 minutos após a entrada da polícia, um saco com tijolos de maconha foi arremessado de uma janela.

    Aos prantos, um dos rapazes detidos dizia ser inocente e que seu filho iria nascer. Ele foi colocado junto com outro morador no camburão do Denarc, que deixou o local por volta das 11h. A operação durou cerca de 2 horas e 30 minutos.

    A vice-presidente do MSTS, Lindalva Silva, foi a última a sair presa do antigo Cine Marrocos. Moradores gritaram com policiais na saída, mas não houve confronto.

    A maioria dos moradores é de imigrantes haitianos, bolivianos e peruanos. Segundo os moradores, o local cobra cerca de R$ 200 por mês como uma espécie de "taxa de condomínio", conforme revelou a Folha em outubro.

    O MSTS justifica a cobrança como despesas de manutenção. No prédio, os elevadores manuais são operados por ascensoristas, há 168 câmeras de vigilância e uma cozinha coletiva que serve até 80 refeições diárias gratuitas.

    Fundado há quatro anos, o MSTS alardeia, em sua página, que oferece em suas ocupações "uma completa estrutura, com portaria 24 horas, estrutura hidráulica e elétrica em todos os andares habitados, elevadores, escadas e portarias bem iluminadas e desobstruídas, rede de circuito fechado de monitoramento."

    Entre suas finalidades, a organização elenca o apoio à população desassistida e o acesso à habitação por meio de convênios com o poder público federal, estadual e municipal.

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