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    Alvo da polícia, Cine Marrocos já foi um dos mais luxuosos de São Paulo

    DE SÃO PAULO

    05/08/2016 12h24

    Inaugurado em 1952, o Cine Marrocos já foi um dos cinemas mais luxuosos da capital paulista. Com o cinema desativado há décadas, o imóvel foi comprado pela prefeitura para abrigar a Secretaria Municipal de Educação.

    O prédio, porém, foi invadido em 2013 pelo MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo), e, desde então, acumula uma série de polêmicas. Ao menos 32 pessoas foram detidas na manhã desta sexta-feira (5) durante operação policial contra o tráfico de drogas no Cine Marrocos e na cracolândia.

    O local cobra cerca de R$ 200 por mês dos moradores como uma espécie de "taxa de condomínio", conforme revelou a Folha em outubro. O MSTS justifica a cobrança como despesas de manutenção. No prédio, os elevadores manuais são operados por ascensoristas, há 168 câmeras de vigilância e uma cozinha coletiva que serve até 80 refeições diárias gratuitas.

    Fundado há quatro anos, o MSTS alardeia, em sua página, que oferece em suas ocupações "uma completa estrutura, com portaria 24 horas, estrutura hidráulica e elétrica em todos os andares habitados, elevadores, escadas e portarias bem iluminadas e desobstruídas, rede de circuito fechado de monitoramento." Entre suas finalidades, a organização elenca o apoio à população desassistida e o acesso à habitação por meio de convênios com o poder público federal, estadual e municipal.

    Em 2014, jornais mostraram que famílias sem moradia conseguiram vaga na ocupação após obterem um atestado de pobreza emitido pela própria prefeitura. Os documentos eram assinados por funcionários da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, que encaminhavam famílias para a ocupação.

    Cine Marrocos

    À época, membros do MSTS disseram que a prática era rotineira. Naquele ano, o local passou a receber uma série festas com entrada paga. A bilheteria do antigo cinema era transformada em caixa de bar, com máquina de cartão. A renda era compartilhada entre os organizadores e o MTST.

    No ano passado, uma criança de dois anos morreu ao cair do 12º andar do prédio. Segundo moradores relataram à reportagem na época, havia uma cama no local que facilitava o acesso da criança à janela. Ela vinha de Guarulhos com a mãe e um irmão de seis anos, e morava no local havia três meses.

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