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    Moradores do Cine Marrocos dizem que desconheciam ações ilegais

    WALTER PORTO
    EMILIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    08/08/2016 02h00

    Moradores do prédio de 12 andares do Cine Marrocos dizem que desconheciam as atividades dos coordenadores do MSTS (Movimento Sem Teto de São Paulo) presos no local, na última sexta-feira (5), na região central.

    A ação da polícia teve dois focos, a cracolândia e o Cine Marrocos. Ao menos 32 pessoas foram detidas.

    Segundo o Denarc (departamento de narcóticos), os coordenadores do MSTS são suspeitos de vinculação no suporte logístico da facção criminosa PCC para a venda de drogas na cracolândia e na região da Galeria do Rock. Desde sexta, a Folha tenta contato com o advogados dos presos. Ele não foi encontrado.

    Criado em 2012, o MSTS é uma dissidência de outros grupos e já esteve envolvido em outras polêmicas como a cobrança de taxa de famílias –o que não é aceito por parte dos grupos de sem-teto.

    Segundo a desempregada Márcia Ferreira dos Santos, 32, os sem-teto devem sair do prédio assim que a prefeitura determinar. Desde que a coordenação do MSTS foi presa, ela é uma das pessoas que organizam o cotidiano no edifício.

    No sábado à noite, em uma reunião, ficou acertado que os moradores devem deixar de pagar os R$ 200 de mensalidade ao movimento e que o grupo não irá se opor à saída. Segundo ela, a tendência natural é que o movimento se desfaça. "Por mim já deu o que tinha que dar. Vamos organizar a saída e só", afirmou.

    NEGOCIAÇÃO

    A prefeitura confia que os cerca de 600 moradores desocuparão o prédio de 12 andares pacificamente.

    O edifício –que já abrigou um dos cinemas mais luxuosos da cidade– pertence à prefeitura, é ocupado por sem-teto desde 2013.

    O pedido de reintegração de posse, requerido pela administração Fernando Haddad (PT) em março, foi suspenso pela Justiça no mesmo mês a pedido da própria administração municipal.

    À Folha a prefeitura afirmou que "está em processo de negociação com os moradores para que saiam do prédio de forma pacífica e por etapas". A prefeitura descarta, por ora, fazer novo pedido de reintegração de posse.

    Neste domingo (7), a Secretaria de Estado da Segurança Pública divulgou a decisão judicial de março que mostrava que o pedido de reintegração de posse foi suspenso.

    A nota da pasta explicitava que a decisão "retirou qualquer obrigação" da Polícia Militar em apoiar a reintegração de posse do edifício.

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