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    Governo vai ampliar discussão sobre plano de saúde 'popular' após críticas

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    08/08/2016 19h33

    Felix Lima/Folhapress
    ROSÁRIO, MA, BRASIL, 17-10-2013: Grávidas aguardam atendimento no hospital municpal de Rosário (MA) Cerca de R$ 502 milhões de recursos públicos do SUS foram aplicados irregularmente por prefeituras, governos e isntituições públicas e particulares. (Foto: Felix Lima/Folhapress, TVFOLHA)
    Grávidas aguardam atendimento no hospital municipal de Rosário (MA)

    Depois de receber novas críticas de entidades de saúde e defesa do consumidor em relação à proposta de um "plano de saúde popular", com menos serviços do que o ofertado pelos planos atuais, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, anunciou nesta segunda-feira (8) que irá ampliar o grupo de trabalho criado para discutir a projeto dentro do governo.

    A mudança ocorre após críticas de entidades como a Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), para quem a composição do grupo apenas por representantes do governo e de empresas de planos de saúde trazia riscos de "retrocesso" aos direitos dos usuários desses serviços.

    Inicialmente anunciado como plano de saúde "popular", o projeto, rebatizado agora de plano "acessível", prevê mudança nas regras da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para que sejam ofertados no mercado planos com cobertura menor de procedimentos do que o rol mínimo obrigatório definido pela agência.

    Jorge Hely/Brazil Photo Press/Folhapress
    O ministro da Saúde, Ricardo Barros, no lançamento do Centro de Operações Conjuntas da Saúde para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos
    O ministro da Saúde, Ricardo Barros

    Em contrapartida, Ricardo Barros tem defendido que os preços também sejam menores, como forma de aumentar os atendimentos no setor privado e, assim, "aliviar a demanda no SUS".

    Além da Proteste, o governo também deve convidar para fazer parte do grupo de trabalho representantes de Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e de entidades médicas como o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a AMB (Associação Médica Brasileira). A Abramge, associação que representa planos de saúde, também deve entrar no grupo, segundo o ministério.

    Na sexta-feira (5), o CFM divulgou nota em que afirma que a oferta de planos populares "apenas beneficiará os empresários da saúde suplementar e não trará solução para os problemas do SUS".

    PLANOS INDIVIDUAIS

    Diante da polêmica, o ministro da Saúde voltou a rebater as críticas nesta segunda-feira (8) e disse esperar que a medida traga economia de R$ 20 bilhões por ano.

    Ainda segundo a pasta, a ideia é "ampliar a oferta de planos individuais" –hoje, 70% das operadoras ofertam planos coletivos, ligados a empresas e instituições, por exemplo.

    A previsão é que o projeto que prevê planos menores e mais baratos seja finalizado em até 60 dias. Após esse período, a possível oferta no mercado deve ser avaliada pela ANS, responsável por regular o setor.

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