• Cotidiano

    Saturday, 27-Apr-2024 12:32:50 -03

    mosquito aedes aegypti

    País já registra 38 mortes por febre chikungunya este ano

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    09/08/2016 19h12

    Alvin Baez/Reuters
    Aedes aegypti mosquitoes are seen at the Laboratory of Entomology and Ecology of the Dengue Branch of the U.S. Centers for Disease Control and Prevention in San Juan, March 6, 2016.REUTERS/ALVIN BAEZ
    Mosquitos Aedes aegypti são analisados em laboratório americano

    O número de mortes confirmadas no Brasil relacionadas à febre chikungunya já chega a 38, quantidade seis vezes maior do que a registrada em todo o ano passado.

    Os dados são de novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, elaborado a partir de informações enviadas pelos Estados entre os dias 3 de janeiro a 9 de julho deste ano.

    Balanço anterior, com dados até 11 de junho deste ano, confirmava 17 mortes –um crescimento de 123% nos registros em um mês.

    O número pode ser ainda maior, já que há outras mortes por suspeita de infecção por dengue, zika e chikungunya ainda em investigação no país ou que, após serem avaliadas em exames pelos Estados e municípios, esperam confirmação também do órgão federal.

    Só em Pernambuco, por exemplo, dados da secretaria estadual de Saúde já indicam 34 mortes relacionadas a chikungunya –o que mostra que o número nacional ainda pode crescer.

    DEMORA

    Apesar do avanço nos números, a avaliação de autoridades de saúde é que houve uma demora na confirmação dos casos, que ocorreram ainda nos primeiros meses do ano.

    No Recife, por exemplo, o auge dos casos de infecção por chikungunya ocorreu até meados de março e seguiu até maio. Desde então, a tendência é de queda, diz o médico e secretário municipal de saúde Jailson Correia.

    Entre as 38 mortes confirmadas por chikungunya no país, 36 ocorreram no Nordeste e duas no Rio de Janeiro. Em geral, as vítimas eram idosos –a média de idade das vítimas é de 71 anos.

    O alto número de registros assustou secretarias de saúde. "O registro de mortes por chikungunya já era conhecido em outros países, mas não tínhamos ainda dimensão de como isso ia acontecer no nosso território", explica Correia.

    Em nota, o Ministério da Saúde diz que as mortes "estão sendo investigadas detalhadamente para que seja possível determinar se há outros fatores associados, como doenças prévias, comorbidades, uso de medicamentos, entre outros".

    CASOS PROVÁVEIS

    O avanço das mortes por chikungunya ocorre em meio a um crescimento no número de casos prováveis da doença neste ano no país.

    De janeiro até julho, foram 169.656 registros de atendimentos de pacientes com sintomas de chikungunya, distribuídos em 2.154 municípios. Já em todo o ano de 2015, foram 38.332, um aumento de 342%. A abrangência também era menor: 696 municípios.

    Em geral, especialistas atribuem o aumento ao panorama de expansão da doença. Identificado em 2014, o vírus chikungunya se manteve, nos primeiros meses, restrito a poucas cidades, a maioria de pequeno e médio porte.

    No ano passado, no entanto, a transmissão também começou a ser registrada em cidades maiores, o que colaborou para a expansão no país.

    Além da chikungunya, o boletim do Ministério da Saúde aponta ainda 1.399.480 de casos de dengue neste ano, com 419 mortes.

    Embora alto, o número é pouco menor do que o registrado no mesmo período de 2015, quando registros contabilizavam 1.441.131 atendimentos. Na época, o país também registrava 789 mortes –uma redução de 47%.

    Gráficos do governo federal também apontam uma queda no registro de novos casos da doença desde abril deste ano, situação que coincide com a chegada do inverno, entre outros fatores.

    Avaliação semelhante ocorre em relação a infecções pelo vírus zika. Balanço atual aponta 174 mil casos registrados no país de janeiro até o início de julho – um mês antes, eram 165 mil. Novos dados devem ser divulgados nas próximas semanas.

    Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024