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    Adalto Magalhães Gavião (1945-2016)

    Mortes: Magalha, compositor de mais de 400 músicas

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    17/08/2016 00h00

    A inspiração vinha de todos os lugares e também de lugar nenhum. Adalto Magalhães Gavião, conhecido como Adalto Magalha, tirava as letras de sua música de uma conversa de bar, de uma tarde em família, de um acontecimento importante. Mas também havia momentos em que ela vinha do nada. Escolhia um tema, escrevia palavras soltas e logo ele tinha uma canção.

    Carioca de Engenho de Dentro, ele cresceu em uma "família musical", brinca o irmão Adilson. Tinha primos violinista e compositor como influências, assim como a bossa nova e o jazz que ouvia incessantemente com os irmãos.

    Mas foi no samba que ele fez sua carreira. Compôs para Beth Carvalho, Alcione, Fundo de Quintal, entre outros. São mais de 400 músicas do letrista. A parte instrumental sempre ficava para os parceiros que compunham com ele. Magalha não tocava. "Ele chegou a procurar aulas de violão umas duas vezes. Entrava, pedia informações, mas nunca voltava", conta o irmão. Era chamado de "caneta de ouro" pelos amigos.

    Chegou a interpretar suas músicas em três álbuns: de 1986, 2005 e 2014, e compôs mais de uma dezena de sambas-enredo para a Unidos do Cabuçu, Estácio de Sá, Rosas de Ouro e Unidos da Tijuca.

    A dedicação integral à música veio apenas com a aposentadoria. Antes disso, trabalhava no sistema prisional do Rio de dia –nos presídios ou em serviços administrativos– e compunha nas folgas.

    Parou apenas no dia 6, aos 71, após sofrer um infarto. Deixa a mulher, Carmem, dois filhos, três netos, irmãos, sobrinhos e primos e músicas, algumas ainda inéditas.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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