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    Conta de água leva polícia a arsenal de mega-assalto em SP

    ROGÉRIO PAGNAN
    DE SÃO PAULO

    18/08/2016 19h49

    Divulgação
    Polícia prende suspeitos de mega-assalto em Santo André
    Polícia apreende armas usadas em mega-assalto em Santo André

    Uma conta de água de R$ 68 levou a Polícia Civil de São Paulo a apreender parte do arsenal utilizado pelos criminosos do mega-assalto de Santo André na última quarta (17). O armamento é estimado em ao menos R$ 1 milhão.

    São dez pistolas, duas granadas e uma coleção de 25 fuzis de alto poder de fogo, sendo um deles de calibre.50, conhecido por sua capacidade de derrubar helicópteros. Esse, sozinho, está estimado em cerca de R$ 150 mil.

    Armas semelhantes foram utilizadas em todos os outros quatro mega-assaltos ocorridos desde março, ações que deixaram cinco pessoas mortas –três delas policiais– e um rastro de pavor entre os moradores da Grande SP, do litoral e do interior do Estado.

    Os policiais chegaram até esse armamento, na zona leste da cidade, porque decidiram investigar o endereço encontrado em uma conta de água esquecida em veículo por um dos sete suspeitos presos em um sítio em Itapecerica da Serra (Grande SP).

    Foi a segunda tacada de sorte da polícia nesse caso.

    A própria prisão desses suspeitos, 12 horas após a ação em Santo André, só ocorreu porque os responsáveis pelo mega-assalto vinham se comunicando com um traficante que, não sabiam, estava sendo monitorado pelos policiais do Denarc, de combate ao tráfico de drogas. "Foi uma surpresa para nós", disse o delegado Ruy Ferraz Fontes.

    Sem isso, os policiais teriam muitas dificuldades para localizar os suspeitos porque os criminosos têm se comunicando quase exclusivamente por aplicativos de celular (como WhatsApp e Telegram), cujo conteúdo os policias não conseguem ter acesso.

    Outros dois suspeitos foram presos pelo Deic, departamento responsável pela investigação do crime. Mas as circunstância dessa prisão só devem ser divulgadas nesta sexta-feira (19).

    Ainda segundo a polícia, apenas um dos presos tinha poder de comando sobre o grupo. Os outros teriam funções mais subalternas.

    A polícia estima que mais de 20 criminosos participaram da ação em Santo André na qual, segundo a empresa e a polícia, nada foi roubado, apesar de seguidas explosões, tiros e carros queimados.

    Para a polícia, não se trata de única quadrilha especializada em mega-assaltos, mas um "consórcio" de pequenos grupos montado para ações específicas. A polícia também investiga a possível ligação desses criminosos com a facção criminosa PCC e que parte do dinheiro obtido nos roubos esteja sendo revertido em compra de droga.

    Mega-assaltos em SP

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