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    Após dez meses, homicídios param de cair no Estado de São Paulo

    DE SÃO PAULO

    25/08/2016 19h05 - Atualizado às 21h04

    Danilo Verpa/Folhapress
    O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho
    O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho

    O número de vítimas de homicídio teve um leve crescimento em São Paulo em julho, após dez meses consecutivos de queda –302 pessoas foram assassinadas no Estado no último mês. O número é 4% superior ao de julho de 2015, quando 291 pessoas foram vítimas de homicídios.

    O último aumento havia sido em agosto do ano passado. Já na capital, os homicídios dolosos tiveram uma queda de 1%. O número de vítimas caiu de 75, em julho do ano passado, para 74 mortos no mesmo mês deste ano.

    Segundo o secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, esse aumento não representa uma tendência, já que no acumulado dos sete primeiros meses deste ano ainda há uma queda de 10%, quando comparado ao mesmo período de 2015. Foram 2.087 vítimas entre janeiro e julho deste ano, comparado com 2.326 mortos no mesmo período de 2015.

    Vítimas de homicídio doloso no Estado

    A quantidade de registros de roubo também apresentou novo aumento, comparando julho deste ano com o de 2015, e chega a seu sexto mês seguido –a décima alta no período de 12 meses. O aumento foi de 5% em sete meses e 1,74% em julho. As ocorrências subiram de 25.488 para 25.932.

    Em julho, Alves atribuiu o aumento do número de roubos à situação da economia do país. "O agravamento da crise econômica mostra uma elevação de crimes patrimoniais."

    Alguns especialistas de segurança pública contestaram a declaração. Guaracy Mingardi afirmou, na época, que a hipótese não se confirmava em curto prazo. "Pode ter alguma influência, mas não explica. Um sujeito que tem 30 anos e está sem emprego, passou a vida trabalhando, não muda a atitude dele assim, não começa a roubar. Só se fosse em um prazo maior, de cinco a dez anos", disse.

    Roubos no Estado de São Paulo

    LATROCÍNIOS

    Houve uma alta de 10 casos de latrocínio (roubo seguido de morte) no mês de julho. Foram 35 casos neste mês em 2016, contra 25 no mesmo mês do ano passado. No total, foram 36 vítimas neste mês –em julho do ano passado, 26 pessoas morreram durante assaltos no Estado.

    Em sete meses, o número de vítimas caiu de 207 nos sete primeiros meses de 2015 para 203 no mesmo período deste ano.

    Roubos de carga em julho -

    Entre os casos de assaltos que resultam em mortes, tem chamado a atenção no Estado o crescimento de ações elaboradas. Desde novembro de 2015, foram registrados cinco grandes roubos visando empresas de transporte de valores que resultaram em cinco mortos e quatro pessoas feridas.

    Os mega-assaltos ocorreram em Campinas, Santos, Ribeirão Preto e Santo André. Estima-se que o valor roubado chegue a R$ 135 milhões. A polícia acredita que ao menos 20 pessoas atuaram em cada roubo, em média. Apenas R$ 10 milhões foram recuperados.

    Roubos de veículo em julho, em mil -

    MUDANÇAS

    O secretário da Segurança disse ainda que deve publicar nesta sexta-feira (26) resolução para regulamentar a ampliação da quantidade de informações divulgadas nas estatísticas mensais. Deverá informar os casos de lesão corporal seguida de morte e, ainda, uma subcategoria no campo de estupro informando quando a vítima é vulnerável (menores de 14 anos).

    Atrelado a isso, o governo passará a divulgar nos meses de março um balanço consolidado do número de homicídios do ano imediatamente anterior. Ele deverá atender alterações de tipificação de crimes ocorridas ao longo da investigação. Como nos casos de mortes suspeitas que, descobriu-se depois, tratar-se de homicídio.

    "O Estado de São Paulo é o mais transparente na divulgação de índices que existe no país. E a gente vai sempre buscando, constantemente, aperfeiçoar isso", disse.

    Barbosa Filho disse que a mudança não está ligada as investigações em andamento no Ministério Público quando a suspeita de irregularidades na divulgação dos dados estatísticos.

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