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    Projeto que dá recompensa por uso de bicicleta passa na Câmara de SP

    LUISA LEITE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE SÃO PAULO

    25/08/2016 21h20

    Raquel Cunha/Folhapress
    SANTANA DO PARNAIBA - SP - 01.06.2016 - André Bucater, 32 anos. Executivo de contas em uma empresa de benefícios corporativos, vive e trabalha em Alphaville há 6 anos. Ele utiliza a bicicleta diariamente para fazer o trajeto de 6km entre sua casa, em Alphaville 9, e o escritório. (Foto: Raquel Cunha/Folhapress, SUP-IMOVEIS) ***EXCLUSIVO***
    André Bucater adotou a bicicleta para fazer o trajeto de 6km entre sua casa e o escritório

    A Câmara Municipal aprovou nesta quarta-feira (24), em segunda votação, um projeto de lei que prevê a criação do "Programa Bike SP", para recompensar financeiramente ciclistas que optam pela bicicleta em seus deslocamentos diários.

    A proposta segue agora para avaliação do prefeito Fernando Haddad (PT), que pode vetá-la ou sancioná-la. Se tiver aval do petista, ainda dependerá de regulamentação.

    O projeto de lei 147/2016, de autoria do vereador José Police Neto (PSD), prevê um "Cartão Mobilidade", em substituição ao Bilhete Único, para dar créditos a quem trocar o carro ou o transporte público pela bicicleta para ir até o trabalho, por exemplo. O valor poderia ser sacado pelo usuário ou utilizado em serviços de uma rede credenciada, como o aluguel de bicicletas, ou mesmo para pagar contas de água ou luz.

    Os créditos seriam calculados conforme a distância, o local e o horário percorridos. A concessão de créditos, segundo o projeto aprovado, levará em conta a economia proporcionada aos cofres públicos pelo deslocamento cicloviário.

    A proposta aprovada na Câmara não especifica como o projeto seria executado e fiscalizado pela prefeitura, quais valores seriam repassados aos ciclistas nem o meio de repasse.

    Se aprovado, ele seria coordenado pela Secretaria Municipal de Transportes, com apoio da Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico.

    Para calcular a remuneração, a prefeitura precisaria de um instrumento que controlasse o horário e a distância percorrida por cada usuário inscrito. O vereador autor do projeto sugere que a fiscalização seja feita por plataformas digitais, mas não há uma estimativa de custo para o desenvolvimento das mesmas.

    Outra possibilidade sugerida por Police Neto é que a prefeitura aceite uma declaração do ciclista, baseada na distância entre sua residência e local de trabalho, sem fiscalização. Segundo ele, a quantia oferecida não é alta suficiente para incentivar fraudes, já que para ter acesso aos créditos, o usuário precisaria carregar mensalmente seu Bilhete Único com um valor mínimo.

    "Temos que incluir a bicicleta no sistema de transportes" diz Police Neto. "Se temos um subsídio para quem usa o transporte público, porque não podemos oferecê-los para quem usa a bicicleta?"

    Hoje, o transporte de ônibus em São Paulo depende de subsídios municipais próximos de R$ 2 bilhões por ano. A tarifa paga pelo usuário é de R$ 3,80, mas o projeto aprovado na Câmara ainda estima um custo de R$ 1,91 por viagem com as subvenções dos cofres públicos.

    "Cada vez que uma pessoa deixar de usar o transporte público e passar a andar de bicicleta, a prefeitura economizará, no mínimo, R$ 1,91 por viagem. Este valor será transferido para a conta sistema de créditos ao trabalhador ciclista", afirma.

    O projeto ainda estipula que o executivo deve disponibilizar mensalmente um relatório de avaliação do programa mostrando o número de usuários cadastrados e seu custo mensal.

    A lei estabelece que o projeto deve ser regulamentado em até 90 dias após a data de sua entrada em vigor, em 1º de janeiro de 2017. Se sancionado, o sistema começaria a funcionar em abril de 2017.

    Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Transportes disse que não comentaria o assunto.

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