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    Fim de semana tem calor em SP, mas um terço das praias estão impróprias

    NATÁLIA PORTINARI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/08/2016 18h29 - Atualizado às 23h40

    Apesar da previsão de temperatura máxima próxima de 30ºC no litoral e na capital paulista, o fim de semana não está para praia.

    Na última semana, 67 das 172 praias do Estado foram consideradas impróprias para banho pelas medições da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).

    Segundo o órgão, chuvas e maré alta dificultaram a dispersão de poluentes. A cidade mais afetada foi Santos, no litoral sul de São Paulo, onde todas as praias foram consideradas impróprias.

    LITORAL POLUÍDO - Número de praias impróprias dispara em SP

    Confira aqui o mapa de praias de São Paulo.

    O fenômeno vem em má hora para quem quer aproveitar o tempo, que acaba de esquentar no Estado. A semana começou com frio e chuva, com mínima de 7,6º C na capital na segunda-feira (22). Segundo a Climatempo, a presença de uma forte massa de ar seco vai garantir que sábado (27) e domingo (28) sejam de sol e tempo firme em todas as regiões paulistas.

    No último domingo (21), quando foram realizadas as últimas medições de qualidade das praias, a baixada santista foi atingida por um temporal e uma forte ressaca. Os ventos atingiram cerca de 82 km/h, e a elevação da maré chegou a 2,60 metros. O mar invadiu Santos, destruindo barcos e carros.

    Na penúltima medição, porém, feita em 14/8, apenas sete das praias paulistas tinham sido consideradas impróprias. Entre elas, já estava Ponta da Praia, em Santos, a primeira atingida pela maré alta. Foi a região mais afetada pela ressaca, que veio uma semana depois.

    O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alertou, em 20/8, para um alto risco geo-hidrológico —de movimento de massa de ar, inundação ou enxurrada— no litoral de São Paulo, concentrado na baixada santista.

    Em uma semana, 60 praias passaram de próprias para impróprias, atingidas pela combinação de maré alta e chuvas fortes causadas pela chegada de uma massa de ar frio.

    A frente fria, vinda de regiões polares, chegou no litoral no sábado (20). Para a maré alta, contribuiu a Lua cheia, um fenômeno conhecido como como maré de sizígia.

    Maré de sizígia

    Frente fria

    Segundo Augusto Pereira, especialista em ciências atmosféricas do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, as ressacas são comuns nessa época do ano.

    "Os mares ficam impróprios por causa da chuva. Como não tinha chovido muito em agosto, os poluentes estavam acumulados nos rios", disse Pereira à Folha. "O que a frente fria faz é jogar o oceano contra a praia. Como o contraste térmico foi muito intenso, o vento ficou mais forte."

    As cidades do litoral sul paulista foram as mais atingidas. Na Praia Grande, 10 de 12 praias foram consideradas impróprias.

    Em Mongaguá, todas as 7 praias foram afetadas, assim como a maioria das praias de São Vicente, Itanhaém e e Peruíbe.

    Já no litoral norte, algumas praias que mantiveram boas condições durante todo o ano foram afetadas. Camburi e a Praia Deserta, em São Sebastião, foram consideradas impróprias pela primeira vez em 2016. Em São Sebastião, Ubatuba e Ilhabela, cerca de um terço das praias foram atingidas.

    Não há previsão para quando as praias vão se recuperar. Novas medições serão feitas pela Cetesb no próximo domingo (28).

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