A grande paixão de Mário Mannheimer era a literatura. Aprendeu a ler muito cedo –sua mãe, imigrante judia alemã, era muito preocupada com a saúde do filho, que tinha graves crises de asma, e o mantinha em casa, no Rio.
Desenvolveu, então, uma grande paixão pelos livros. Terror e aventura, em especial as de Monteiro Lobato, eram seus gêneros favoritos durante a infância.
O gosto por histórias o acompanhou durante toda a vida. Da época de estudante, na Faculdade Nacional de Direito, à aposentadoria. Sua mulher, Miriam, costumava brincar dizendo que no seu escritório mal se podia ver o chão, por causa da enorme quantidade de livros e papéis.
Sua memória era tão vivaz que os filhos não o aceitavam nas rodas de jogos de memória ou conhecimento geral –ele sabia todas respostas.
Foi também um entusiasta do direito. Começou a carreira como advogado e, mais tarde, chegou à magistratura. Presidiu por seis anos a 16ª Câmara Cível. Segundo a família, Mário viveu pela Justiça. Quando ia passar os dias de férias em Teresópolis (RJ), levava malas de processos. Nunca parava de trabalhar.
Junto com a aposentadoria, aos 70, veio também a piora do estado de saúde. Em sua última semana de vida, conversava com a filha sobre como seria o "outro lado". Esperava que lá tivesse um "órgão especial" muito agitado, pois ainda contribuiria muito trabalhando no além.
Morreu em uma segunda-feira, no dia 15 de agosto, cercado pelo carinho da família. Deixa a mulher, quatro filhos, três genros, quatro netos e inúmeros amigos.
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