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    Mulher é presa em flagrante por racismo na praia da Barra, no Rio

    LUISA BUSTAMANTE
    GABRIEL VASCONCELOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

    31/08/2016 13h52 - Atualizado às 14h40

    Uma mulher foi presa, no último domingo (28), sob a acusação de crime de injúria por preconceito na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

    Sonia Valeria Rebello Fernández, 54, foi filmada ao proferir ofensas racistas contra uma agente de viagens. Ela foi levada para a 16ª Delegacia de Polícia (Barra), onde teve a prisão em flagrante decretada e foi encaminhada imediatamente para uma audiência de custódia. A juíza Neares dos Santos Carvalho estipulou fiança de R$ 500 e liberou a ré, que responderá em liberdade.

    Nas imagens, que tiveram forte repercussão na internet, Sonia Valeria chama a agente de viagens Sulamita Xavier de "mulata" e sugere que ela "nasça branca". Depois, esbraveja uma série de agressões como "não tenho culpa se você se sentiu ofendida porque você é mulata", "nasça branca da próxima vez" e "você é uma complexada por ter cabelo duro".

    O vídeo registrado por Sulamita foi publicado no Facebook pelo amigo da vítima, Lucas Prestes, e já tem 5,1 milhões de visualizações. De acordo com ele, Sonia Valeria fazia comentários racistas para a família quando Sulamita resolveu filmar o episódio.

    Na postagem, o amigo reproduz o relato de Sulamita sobre o caso. "Eu cheguei na praia e ela começou falando pra família dela: não sei por que preto pega sol. Que preto era sub-raça. Até que o marido dela disse que eu estava gravando e ela começou a gritar pra praia toda ouvir", escreveu.

    Um dia antes do episódio, a agressora publicou em sua página no Facebook queixas de que a praia deixou de ser um "local privilegiado". "Imaginem quando o BRT e metrô funcionarem. Pensando seriamente em voltar para Copacabana. Invadiram de vez nossa praia mesmo", escreveu.

    Além do pagamento da fiança, a Justiça decidiu que Sonia Valeria não poderá deixar o Rio de Janeiro e deverá se apresentar a um cartório judicial uma vez por mês até a conclusão do processo.

    A Folha entrou em contato com o advogado e com Sonia Valeria Rebello Fernández, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

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