A história de Elza Mazzonetto Machado está enraizada na Lapa, na zona oeste de São Paulo. Foi no bairro fabril que Zinha, ou Zica, como a chamavam alguns mais próximos, foi criada com os dois irmãos, em uma família de ascendência italiana.

Na Mocidade Espírita da Lapa conheceu o futuro marido, Paulo. Casaram-se em 1951 e, juntos, trabalharam como advogados –estimulada pelo pai a estudar, Elza se formou como técnica em nutrição e nos cursos de pedagogia e direito.

Tinha profundo senso humanitário, segundo pessoas próximas. Como advogada, por vezes atendia de graça. Pelo espiritismo, desenvolveu atividades de caridade.

O caráter fraternal se refletia também dentro de casa. Mesmo com tantos afazeres, Elza gostava de centralizar a responsabilidade pelos grandes almoços de família. Só gostava de um prato quando ela era a cozinheira.

Juntos, Elza e Paulo foram eleitos para liderar a Associação dos Advogados da Lapa –ele como presidente, ela como vice– e tiveram dois mandatos de realizações, segundo o filho Paulo, como a construção da sede própria e relevância em atividades culturais.

	Arquivo pessoal
	Elza Mazzonetto Machado (1928-2016), sentada, de rosa, em reunião familiar

Para preservar a memória filosófica e religiosa do espiritismo, fundou com o marido o Museu Espírita, também na Lapa, tido como o primeiro do mundo.

Tinha tanto zelo pelas obras raras do local que impedia pesquisadores de ficarem a sós com os livros do século 19, conta Oceano Vieira de Melo, colaborador do museu.

Morreu no dia 25, aos 88, de um câncer de pelve. Deixa o marido, os filhos Paulo e Altair, e seis netos. O primeiro bisneto nasce em dezembro.

coluna.obituario@grupofolha.com.br

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