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    Haddad tira guardas do trânsito para cuidar de parques em São Paulo

    LUCILENE OLIVEIRA
    DO "AGORA"

    06/09/2016 02h03

    Robson Ventura - 25.mar.2013/Folhapress
    Agente de trânsito da CET com radar-pistola em 2013, na zona leste de São Paulo
    Agente de trânsito da CET com radar-pistola em 2013, na zona leste de São Paulo

    A gestão Fernando Haddad (PT) suspendeu na última quarta-feira (31) a fiscalização de velocidade por meio dos radares-pistola, operados por guardas-civis nas marginais Tietê e Pinheiros para flagrar excesso de velocidade principalmente de motos.

    A suspensão ocorre em plena campanha eleitoral, na qual Haddad, candidato à reeleição, tem sido criticado pelo número crescente de multas. Nos primeiros cinco meses deste ano, a prefeitura já aplicou 6,5 milhões de multas, contra 4,5 milhões no mesmo período de 2015.

    A prefeitura afirma que a suspensão da chamada Operação Radar ocorreu para que os 80 guardas-civis envolvidos na fiscalização de trânsito passem a atuar em parques que estão sem segurança. Em 2015, a prefeitura havia deslocado dez radares-pistola para serem usados em 38 pontos das duas marginais.

    Haddad defendia essa fiscalização, a cargo dos guardas-civis, com a justificativa de contornar a dificuldade de fiscalização de motos com outros tipos de equipamento. Esses veículos recebiam só 4% do total de multas na cidade, embora representassem 13% da frota e seus ocupantes fossem metade dos feridos em acidentes viários.

    PARQUES

    A prefeitura diz que esses guardas serão deslocados a parques municipais, que enfrentam crise nos contratos de segurança e de limpeza. Alguns locais estão antecipando a hora de fechamento e restringindo acesso de carros. Os guardas-civis não ficam fixos nas áreas verdes, fazem só rondas alternadas.

    O parque Buenos Aires, em Higienópolis (centro), que antes ficava aberto até as 22h, agora encerra as atividades às 19h. O parque da Aclimação também teve alterações no horário de abertura. Segundo funcionários, passou a encerrar as atividades às 20h –antes, ficava aberto até as 22h.

    O acesso de carros foi limitado. "Antes o portão ficava aberto para embarque de idosos e deficientes, mas agora temos que manter com a corrente", disse um funcionário.

    A suspensão de contratos com empresas terceirizadas de manutenção, limpeza e segurança já haviam comprometido a situação dos parques. A gestão Haddad afirma que os contratos com a empresa Albatroz em 16 parques foram encerrados em 31 de agosto. Desde então, diz, a vigilância é feita pela GCM (Guarda Civil Metropolitana).

    O Sindiguardas-SP (sindicato dos guardas), por sua vez, diz que a suspensão da operação está relacionada à falta de renovação do contrato de uso dos radares-pistola. A prefeitura afirma que a operação deles nas marginais está suspensa, mas não disse quando será retomada.

    "A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente está repactuando contratos com empresas que prestam segurança patrimonial", afirma a pasta. A gestão diz que havia prorrogado a hora de funcionamento do parque Buenos Aires antes como uma experiência.

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