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    Litoral norte de SP ganha espaço fixo para rapel e tirolesa na praia

    RICARDO HIAR
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CARAGUATATUBA

    12/09/2016 02h00

    Há 11 anos, depois de perder o movimento das pernas numa cirurgia mal sucedida, Débora Cristina Germana Ferreira, 44, achou que teria uma vida limitada. O mesmo aconteceu com Cristiane de Siqueira, 46, que na fase adulta passou a depender de uma cadeira de rodas.

    Foi na prática de esportes adaptados que as duas dizem ter encontrado forças para seguir em frente. Na semana passada, as paratletas tiveram uma nova experiência: praticar na praia de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo, esportes de aventura, como rapel e tirolesa.

    É a primeira vez que uma praia do litoral paulista ganha um espaço de esportes de aventura voltado para pessoas com deficiência. Crianças, idosos e adultos também poderão desfrutar do local. As atividades são gratuitas.

    O projeto do espaço, financiado pelo governo federal, custou R$ 293 mil. A prefeitura da cidade investiu R$ 64 mil em contrapartida. Na estrutura montada na praia do Centro, além de uma área de convivência, há uma torre onde foi instalado o elevador para as pessoas com deficiência. São três níveis de aventura no arborismo.

    O primeiro, destinado à crianças, outro para adultos e também cadeirantes, e o terceiro, mais alto, voltado para o público jovem. Também há tirolesa para adultos e outra para crianças. Os cadeirantes poderão participar da atividade por meio de equipamentos adaptados para a suspensão.

    A diversão na escalada do paredão é exclusiva para as pessoas com plena capacidade física dos membros inferiores e superiores. O espaço conta com monitores.

    "Eu adorei e vou voltar. Escalei, fiz rapel e tirolesa, esportes que não havia feito nem antes da cirurgia. Já vinha a esse local para usar o serviço de praia adaptada, mas agora nós ganhamos mais uma opção de atividade", disse Débora.

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    As duas atletas foram convidadas pela prefeitura, que é responsável pelo Espaço Aventura, para fazerem um teste dos equipamentos. "Quando eu vi o início da construção desse espaço, achei interessante, mas não pensei que cadeirantes teriam condições de ir. Isso mostra que há mais possibilidades e oportunidades de lazer e entretenimento para as pessoas com deficiência", disse Cristiane, que, mesmo tendo medo de altura, disse que vai praticar mais vezes.

    Segundo Ivy Malerba, secretária municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso, a cidade se espelhou numa iniciativa de Socorro (SP) e adaptou a ideia em um espaço a beira-mar.

    O Espaço Aventura funcionará às quartas, das 8h às 14h; quintas, das 13h às 19h; sextas e sábados, das 16h às 22h e domingos das 10h às 16h. Não será permitida a participação de menores de idade sem autorização de responsáveis nem a prática das atividades sem a supervisão dos monitores responsáveis.

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