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Cotidiano
Sunday, 19-May-2024 11:29:08 -03Raul Quadros (1942-2016)
Mortes: Levou descontração ao jornalismo esportivo
LUISA LEITE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA15/09/2016 00h00
Raul Quadros não se deixava intimidar pelas câmeras. Quando elas começavam a gravar, seu jeito continuava o mesmo: espontâneo, irreverente e muito engraçado.
Quadros começou a carreira como repórter esportivo na década de 70, no "Jornal dos Sports". Depois foi para "O Estado de S. Paulo". Mas foi no telejornalismo, que começou em 1980, na Rede Globo, que deixou a sua marca.
Com muito carisma, nenhuma situação o afrontava. Estava sempre com um sorriso largo no rosto.Foi assim em um dos momentos mais emblemáticos da sua carreira, em uma partida do Flamengo. Ele não se importou que a bola ainda rolava, sentou no gramado atrás da trave e começou a entrevistar o goleiro Raul Plassman, no meio do jogo.
Reprodução/SporTV Quadros entrevista o goleiro Raul Plassman durante o jogo Outro marco foi quando arremessou o microfone, em uma transmissão ao vivo, para que Toninho Cerezo desse uma entrevista ao sair de um jogo do Brasil contra o Uruguai no Estádio do Centenário durante o Mundialito.
Sua capacidade de envolver as pessoas era incrível. E assim chegava até a notícia. Seu jeito alegre conquistou admiradores, entre eles os amigos Zico, Pelé e Rivelino."Nunca vou deixar de ser repórter", dizia aos colegas de redação, após assumir o posto de comentarista.
Morreu na terça-feira (13); seis meses depois de descobrir um câncer no pulmão e outro na meninge.
Deixa a mulher Vera, com quem foi casado por 49 anos, quatro filhos, cinco netos e uma herança muito importante: transformou o jornalismo esportivo em algo muito mais leve e divertido.
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