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    Gilberto De Oliveira Azevedo (1926-2016)

    Mortes: Militou pelo Partido Comunista Brasileiro

    LUISA LEITE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    16/09/2016 00h00

    Aos 90, Gilberto parou para pensar em tudo que passou, e disse: "Faria tudo de novo, e faria melhor."

    Gilberto nasceu em 1926, em Recife. Era o quarto filho de comerciantes de classe média. Os pais tinham sua vida planejada: estudos, trabalho, casamento.

    Aos 18, foi aprovado n UFPE (Universidade federal do Pernambuco) e passou em um concurso do Banco do Brasil. Foi então que sua vida deu uma reviravolta. Começou com a transferência para o Rio de Janeiro. A nova cidade trouxe novos amigos –e novos ideais. Aos 25, acabou se apaixonando: por sua primeira mulher, Conceição, e pelo socialismo.

    Afiliou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Em 1961, foi eleito deputado estadual.

    Em 1964, sua trajetória foi interrompida. Com o golpe, teve o mandato cassado. Ficou preso no paraíso. Logo após a instauração do governo militar, foi enviado para a prisão de Fernando de Noronha com Miguel Arraes. Não foi torturado, mas ficou três meses na solitária.

    Em abril de 1965, conseguiu um habeas corpus. Clandestinamente, fugiu para Budapeste. Deixou para trás a mulher e quatro filhos. Um ano depois, conseguiu exílio político no Uruguai e se mudou para Montevidéu, onde conheceu a segunda mulher, Neli. Voltou ao Brasil sob um nome falso em 1969. Em 2012, a Assembleia Legislativa de Pernambuco restituiu, simbolicamente, seu mandato cassado.

    Morreu aos 90, vítima de uma infecção generalizada. Deixa a mulher, Neli, três filhos e sete netos, a quem dizia: "Na minha época, fui militante, graças a Deus".

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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