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    Mizael Barroso de Brito (1975-2016)

    Mortes: Tornou-se personagem do centro de Teresina

    LUISA LEITE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    19/09/2016 00h00

    Certas coisas fazem parte do cenário do centro histórico de Teresina, Piauí: a igreja São Benedito, o terceiro prédio a ser construído na cidade, a grande quantidade de pedestres caminhando na rua 13 de maio, próximo à praça Pedro 2º, e a familiar voz de Mizael, anunciando as promoções das óticas localizadas na região.

    Esteve lá por 17 anos. Fazia parte da trilha da cidade seu grito agudo, entoado diariamente no cruzamento das ruas Barroso com a Coelho Rodrigues. Mizael estava sempre lá, de óculos escuros, com o celular no ouvido. Usava o aparelho para escutar as músicas de Roberto Carlos.

    Ele nasceu em Santa Inês, no Maranhão, cidade que na época não ultrapassava os 70 mil habitantes. Sua mãe tentava ganhar a vida quebrando cocos, o pai buscava emprego na zona rural.

    Para escapar da pobreza, foram tentar a vida em Teresina, no início dos anos 90. Aos 17 anos, Mizael largou a escola no sétimo ano e foi para cidade mudar de vida. Não era muito de estudos.

    Sua alegria contagiante acabou levando o menino para o varejo. Ficou famoso pelo jeito irreverente de fazer publicidade, que arrancava risos da maioria. Da minoria, Mizael era alvo de hostilidades. "A palavra machuca", costumava dizer das pessoas que não o aceitavam.

    No Dia da Independência, bebia com dois amigos às margens do rio Poti, na zona leste da cidade. Foi se banhar, a correnteza o levou. Acabou se afogando.

    Morreu aos 41. Deixa seis irmãos e as ruas do centro de Teresina, que perderam um personagem importante.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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