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    Alma Suess Goergen (1931-2016)

    Mortes: Levou a Passo Fundo a vida do interior

    LUISA LEITE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    26/09/2016 00h00

    Quando o pai de Alma, John, fugiu da Europa nazista, foi bem recebido pela comunidade alemã no pequeno município de Carazinho, Rio Grande do Sul. Ali, a grande família seria feliz. John teve, em seus dois casamentos, nove filhos. Alma se acostumou a viver assim: cercada de gente acolhedora.

    Os irmãos a acompanharam na vida pacata interiorana: tomando chimarrão nas tardes frias, torcendo pelo time do coração, o Inter, entrando a noite nos jogos de canastra, assando cucas de uva, que se tornariam famosas na região. Hábitos sempre embalados pelas histórias e risadas típicas de Alma.

    Aos sábados, ia aos clubes fazer o que mais amava: dançar. Das românticas valsas às animadas danças alemãs. Em um baile, com seus cabelos dourados e grande sorriso, conheceu o marido, Leo, com quem teve duas filhas.

    Leo acabou sendo transferido para Passo Fundo. Foi na nova (e grande) cidade que o espírito acolhedor do coração de colono deu a Alma uma nova irmã. Dona Iró também tinha acabado de se mudar, não conhecia ninguém por ali. Tornaram-se melhores amigas. Assistiram, juntas, ao crescimento dos filhos. Depois vieram os netos, que achariam engraçado a proximidade das duas velhinhas. Com a viuvez, se tornaram ainda mais inseparáveis. Viam, uma na outra, a lembrança do passado, época em que se dançava valsa nos clubes e que os vizinhos acolhiam, com uma cuia de chimarrão, os recém chegados à cidade nova.

    Seu coração parou aos 85. Deixou duas filhas, quatro irmãos, quatro netos e uma grande amiga.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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