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    Defesa diz que já esperava anulação de condenação do caso Carandiru

    DE SÃO PAULO

    29/09/2016 02h00

    Niels Andreas/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, BRASIL, 02-10-1992: Massacre do Carandiru: corredor alagado de sangue no pavilhão da Casa de Detenção de São Paulo, após a intervenção da Polícia Militar do Estado de São Paulo para conter uma rebelião, em São Paulo (SP). A rebelião teve início com uma briga de presos no Pavilhão 9 da Casa de Detenção. A intervenção da Polícia Militar, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, tinha como justificativa acalmar a rebelião no local. Sobreviventes afirmam que o número de mortos é superior ao divulgado e que os policiais atiraram em detentos que já haviam se rendido ou que estavam se escondendo em suas celas. Nenhum dos 68 policiais envolvidos no massacre foi morto. A promotoria do julgamento do coronel Ubiratan classificou a intervenção como sendo "desastrosa e mal-preparada". (Foto: Niels Andreas/Folhapress)
    Corredor alagado de sangue no pavilhão da Casa de Detenção de São Paulo, após a intervenção da Polícia Militar para conter a rebelião

    "Eu esperava a decisão", disse ao telefone Antônio Aparecido Gonçalves, um dia após o Tribunal de Justiça de São Paulo anular a condenação dos policiais militares que participaram do massacre do Carandiru, ocorrido em 1992 e que terminou com 111 detentos mortos.

    Antônio é um dos 74 policiais militares que haviam sido condenados pela ação. Por ter atuado no segundo andar do presídio, o pavimento com maior número de mortes, Antônio foi condenado a 624 anos de prisão.

    Ele soube da decisão pela TV, e diz que o seu julgamento realizado em 2013 deveria ser anulado já que se diz inocente. "Eu esperava [a decisão], baseado na nossa inocência", argumenta ele.

    A advogada de Antonio, Ieda argumenta que o Ministério Público não conseguiu individualização a pena dos réus e não se soube atribuir a autoria dos disparos que ocasionaram a morte dos presos. Essa é a mesma tese defendida por Ieda nos cinco julgamentos referentes à ação da PM no presídio. Em nenhum dos julgamentos, a tese foi aceita pelos jurados.

    Para ela, os juristas que criticaram a anulação da condenação pelo TJ desconhecem o processo.

    ACUSAÇÃO

    Segundo a acusação Antonio fazia parte de um grupo de 25 PMs que entraram no segundo andar do Carandiru no dia 2 de outubro de 1992. A Promotoria atribui apenas a este grupo a responsabilidade de 52 mortes. Segundo a acusação, 45 das 52 vítimas receberam três ou mais tiros. E 47 das vítimas tinham ferimentos na cabeça e no pescoço.

    Editoria de Arte/Folhapress
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