Criminosos incendiaram ao menos cinco ônibus em São Luís (MA), na noite desta sexta-feira (30), segundo o "Jornal da Globo". Não há informações de feridos.

Esta é a segunda noite consecutiva de ataques criminosos ordenada de dentro dos presídios na capital maranhense.

Para evitar novos ataques, os ônibus que deixavam o terminal rodoviário à noite passaram a ser escoltado por policiais militares. Parte da frota, foi recolhida mais cedo.

A violência também levou o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a atrasar em um dia a entrega das urnas eletrônicas.

O número de policiais nas ruas aumentou nesta sexta devido a operação Eleições 2016. Nas próximas horas devem chegar mais 500 homens das tropas federais para reforçar o policiamento, a pedido do governador Flávio Dino (PC do B).

Na noite de quinta (29), ao menos cinco ônibus foram queimados em São Luís e um em Imperatriz. Também foram incendiados uma escola e um caminhão de lixo. A polícia prendeu 23 suspeitos.

Outros dois ônibus foram incendiados em um intervalo de tempo de 20 minutos nos bairros Coroadinho e Tibiri, em São Luís, na noite da última terça-feira (27). Oito suspeitos foram presos.

Os ataques aos ônibus das empresas Menino Jesus de Praga e Autoviária Matos foram semelhantes e ocorreram entre às 20h20 e 20h40.

Os criminosos mandaram todos os passageiros desembarcarem, jogaram combustível nos ônibus e atearam fogo, de acordo com o Ciops (Centro de Operações Integradas de Segurança). Os veículos ficaram destruídos.

Um grupo também tentou incendiar um terceiro ônibus no bairro Fátima, por volta das 20h. Os policiais chegaram a tempo de impedir o ataque e os suspeitos fugiram.

TRANSFERÊNCIA DE PRESOS

Segundo o secretário de Segurança do Estado Jefferson Portela, o Serviço de Inteligência já identificou 35 detentos do sistema penitenciário de São Luís que são os mentores dos ataques a ônibus e prédios públicos.

Dos 35 detentos que ordenaram os ataques, ao menos 23 detentos serão transferidos a presídios federais de Catanduva (SP), Mossoró (RN) e Acre, onde cumprirão pena em regime isolado. Eles serão transferidos de avião aos presídios.

OUTROS ATAQUES

Uma série de ataques a ônibus na região metropolitana de São Luís levou o governo do Maranhão a pedir, em maio, o apoio da Força Nacional de Segurança Pública para ajudar a polícia no combate à violência.

No total, 14 ônibus foram incendiados em ataques na capital e em outras três cidades vizinhas. Os ataques foram comandados por presos do Complexo de Pedrinhas, em São Luís.

Em 2014, a situação do presídio alarmou o país quando a Folha revelou uma série de decapitações comandadas por facções de dentro de seus muros, que eram filmadas pelos presos.