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    Transição Paulistana

    Doria quer conceder Ibirapuera e parque do Carmo à iniciativa privada

    WILLIAM CORREIA
    DO "AGORA"

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    06/10/2016 02h00

    O prefeito eleito João Doria (PSDB) afirmou que os parques Ibirapuera (zona sul) e do Carmo (zona leste) estarão entre as áreas municipais que serão concedidas à iniciativa privada em seu mandato.

    "Vamos apresentar, ao longo de 2017, o programa de concessão dos parques públicos, incluindo o Ibirapuera. Com custo zero para o usuário, que só terá vantagens e benefícios com um parque melhor, mais limpo, organizado, seguro, iluminado, com banheiros que funcionam, aparelhos de ginástica de qualidade e quadras poliesportivas sem buracos e em ordem", disse o tucano nesta quarta (5) à reportagem.

    O projeto de Doria envolverá ainda outros parques, dentre os 107 da prefeitura.

    A ideia é que a concessionária lucre com quiosques de alimentação e organização de eventos nesses espaços. Mas ele ainda não estima quanto o município pode receber. "A proposta será desenhada tão logo a gente assuma."

    Doria diz que a meta é reduzir gastos para aumentar os investimentos em saúde. Com a concessão do Ibirapuera, economizaria R$ 21 milhões anuais para manutenção.

    Segundo ele, estruturas internas do Ibirapuera, como o planetário e os museus, continuarão sob gestão independente. "Essas operações serão preservadas dentro das características que possuem. O que será concessionado é a área de gestão do parque."

    Questionado sobre o parque do Carmo, onde o estacionamento é gratuito, Doria não descartou a cobrança de tarifa para carros. "Vamos analisar. Não dá para dizer", disse.

    CICLISTAS

    Na noite desta quarta, ciclistas fizeram um protesto contra medidas anunciadas por Doria. A manifestação pacífica reuniu cerca de 50 ciclistas que pedalaram da avenida Paulista até a frente da casa do tucano, nos Jardins.

    Com a frase "nem um metro a menos" nas roupas, pediram que Doria não suspenda o plano de ampliação de ciclovias (o tucano cogita retirar algumas) e que mantenha os limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

    "Serão 1.200 mortes a mais em quatro anos de seu governo. Você vai assumir?", diziam cartazes dos manifestantes.

    Na porta da casa de Doria, ciclistas tocaram a campainha. Foram atendidos por um segurança, que disse que o tucano não estava e recebeu de uma ciclista uma "carta-compromisso" que pede para o futuro prefeito manter as ciclovias e o projeto de 1.500 km dessas pistas até 2030.

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