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    Transição Paulistana

    'São Paulo não está à venda', diz Haddad em ato na avenida Paulista

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    09/10/2016 13h09 - Atualizado às 21h05

    Em um ato que reuniu centenas de apoiadores em frente ao Masp, na avenida Paulista, o prefeito Fernando Haddad (PT) alfinetou a intenção de seu sucessor, João Doria (PSDB), de privatizar equipamentos públicos.

    "Não precisamos de mais espaços privados, mas de mais espaços públicos. São Paulo não está à venda", discursou Haddad, uma semana depois de ser derrotado pelo tucano na disputa eleitoral.

    A crítica teve como alvo propostas de Doria de conceder à iniciativa privada todos os parques da cidade e vender espaços como o Autódromo de Interlagos e o Anhembi.

    Haddad, que tentava a reeleição, obteve 16,7% dos votos no domingo (2), contra 53,29% do tucano, que ganhou a eleição já no primeiro turno. Doria venceu Haddad em todos os distritos da cidade.

    O petista, visivelmente constrangido, acabou informalmente lançado por seus apoiadores à disputa pelo governo do Estado, em 2018.

    Ao chegar na Paulista, Haddad foi recebido com gritos de "governador, governador" pelos participantes do evento. "Me proponho a percorrer todo o Estado para colocarmos o Fernando no Palácio dos Bandeirantes", disse Eduardo Suplicy (PT), vereador eleito com 301.446 votos, o mais votado na capital paulista.

    Organizado nas redes sociais, o ato de apoio a Haddad ocorreu num local que se tornou uma bandeira do petista –devido ao fechamento da avenida Paulista para os carros aos domingos.

    O prefeito ficou cerca de meia hora na avenida. Além de políticos, estava ao lado de familiares, como a mãe, Norma, e a mulher, Ana Estela. "Estamos muitos felizes por esse carinho", disse ela.

    Durante o ato, temas como o atraso em metas de entrega de vagas em creches e hospitais não foram lembrados. Apoiadores de Haddad, no entanto, exaltavam sua política de mobilidade.

    "Vejo com pessimismo as propostas do Doria, mas vou torcer para tudo dar certo para a cidade", disse o estudante Denis Pimentel, 21, morador do bairro do Limão e entusiasta das faixas de ônibus, de ciclovias e ações como o Bilhete Único Mensal.

    No evento da Paulista neste domingo, o prefeito petista afirmou que caberá à população, agora, fiscalizar a próxima gestão tucana.

    "São Paulo não precisa de praia. A Paulista é a nossa praia. As 32 ruas abertas são a nossa praia. Nós provamos que não queremos ficar enclausurados em shopping centers", disse Haddad.

    No fim do ato, o petista prometeu caminhar do Masp até a frente do prédio da TV Gazeta. Em meio ao assédio de seus aliados, a caminhada não chegou a durar meio quarteirão.

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