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    Transição Paulistana

    Após se expor, Doria inicia fase com menos holofotes e mais reuniões

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    15/10/2016 02h00

    O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), pretende dar início a uma fase menos midiática e mais dedicada aos trabalhos internos de transição da prefeitura. Há um entendimento entre aliados do tucano de que, após a intensa exposição durante toda a primeira semana após sua eleição, a hora agora é de falar menos.

    Doria chegou a dar quase 30 entrevistas em um único dia, logo após a vitória no primeiro turno. Durante a primeira semana, o tucano se dedicou a uma maratona de entrevistas, nas quais antecipou compromissos e projetos –e, em consequência, alguns constrangimentos.

    Joel Silva/Folhapress
    SÃO PAULO, SP, 01.10.2016: JOÃO-DÓRIA - O candidato a prefeitura de São Paulo João Dória (PSDB), com sua esposa Bia Dória, visitam o Museu Afro Brasil no parque Ibirapuera, SP, neste sábado (01), ao lado do diretor da instituição Emanoel Araújo (Foto: Joel Silva/Folhapress)
    O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), em visita ao Museu Afro Brasil

    Num dos anúncios, por exemplo, prometeu congelar as tarifas de ônibus sem combinar a estratégia com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), seu principal aliado.

    Normalmente, governo e prefeitura fazem anúncios conjuntos de reajuste das tarifas de transportes. Além disso, o Metrô, que passa por uma situação de aperto financeiro, não poderá segurar o preço da passagem, assim como os trens da CPTM, o que obrigará o governo do Estado a arcar sozinho com o ônus do anúncio do reajuste.

    Doria se reuniu com integrantes da equipe de comunicação de sua campanha no último fim de semana e ouviu conselhos para se resguardar até tomar pé da real situação das contas do município. Ouviu ainda que era preciso entender que, eleito, cada ação proposta por ele desencadeia uma reação, o que poderia antecipar problemas e provocar demandas impopulares antes de sua posse.

    A demanda por mais "cautela" na exposição também veio do Palácio dos Bandeirantes, num conselho dado pelo próprio Alckmin.

    Desde então, Doria passou a fazer mais agendas fechadas, sem divulgação à imprensa. Concedeu entrevistas apenas quando havia "algo novo" a dizer ou motivação específica, como na visita a Buenos Aires, nesta sexta (14).

    A determinação da equipe do tucano é, a partir desta segunda-feira (17), centralizar as reuniões da equipe de transição no escritório que foi montado para o time de Doria em um andar do edifício da Caixa Econômica Federal, no centro de São Paulo.

    O espaço reservado à equipe de transição conta com cinco salas de reunião, um escritório privativo para o prefeito eleito e um auditório para anúncios à imprensa.

    EIXO CENTRAL

    O cronograma da equipe de transição está organizado em duas fases. Primeiro, um grupo se debruçará sobre os dados financeiros, administrativos e jurídicos da prefeitura. Só com esse diagnóstico em mãos é que entrarão em ação colaboradores de áreas temáticas, como saúde, educação e mobilidade.

    O discurso da equipe de Doria é que, se em um primeiro momento havia uma demanda para que o prefeito eleito falasse, agora é necessário que ele se debruce sobre a montagem do governo.

    A parte política da transição ficará a cargo de três nomes: Julio Semeghini, que coordena o grupo de Doria, Paulo Mathias, tucano que ficou responsável pela infraestrutura da campanha, e Marco Antonio Castello Branco, ex-deputado e assessor fiel de Alckmin. Esse grupo centralizará negociações com vereadores e siglas que querem migrar para a base de Doria.

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