-
-
Cotidiano
Saturday, 04-May-2024 12:24:22 -03Promotora ataca Judiciário e critica absolvição de réus da cratera do metrô
DE SÃO PAULO
18/10/2016 19h11
O Ministério Público de São Paulo divulgou nota contrária a decisão da Justiça de São Paulo que inocentou as 14 pessoas acusadas de responsabilidade no acidente nas obras da estação Pinheiros, linha 4-amarela do metrô.
Em janeiro de 2007, uma cratera abriu-se no local e provocou a morte de sete pessoas. Assinado pela promotora Amaitê Iara Giriboni de Mello, o texto afirma que a decisão foi "proferida em absoluta contrariedade à prova produzida".
Dez anos atrás Acidente em obras da linha 4-amarela do metrô de SP ocorreu no dia 12.jan.2007 Família 'foi toda destruída', relata irmã de vítima de cratera do metrô paulista Justiça de São Paulo inocenta 14 acusados de acidente em obra do metrô em 2007 "Em realidade, a linha de defesa sustentada nos autos, no sentido da imprevisibilidade da ocorrência do desabamento em questão, lamentavelmente acolhida na decisão recorrida, consiste na tese mais fácil e rasa a ser apresentada pelos réus, tese esta que, infelizmente para o nosso país, não seria aceita em nenhuma outra nação civilizada do mundo", escreveu Mello.
De acordo com a decisão da juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal de SP, não ficou provado no processo que os técnicos do consórcio (Via Amarela, liderado pela Odebrecht e integrado também por OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez) e do Metrô tinham condições de evitar o acidente.
Autor da ação, o Ministério Público de São Paulo recorreu da sentença em segunda instância. O recurso deve ser analisado em novembro pelo Tribunal de Justiça.
"Não é possível aceitar passivelmente a perda de vidas humanas decorrente de erros profissionais de uma equipe altamente gabaritada e que, exatamente por tais qualificações, deve ser responsabilizada à altura da culpa com que se conduziram. Infelizmente, o Judiciário é por demais condescendente com a culpa penal. Há que se dar um basta à permissividade com relação à negligência, imprudência e imperícia que, diariamente, ceifam vidas de cidadãos honestos e despedaçam famílias. Não haverá futuro para as novas gerações se a vida humana não for adequadamente tutelada e protegida pelas nossas instituições", finaliza a promotora.
Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.brPublicidade -