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    Temporal na região Sul deixa quatro mortos e desabriga milhares

    PAULA SPERB
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PORTO ALEGRE (RS)

    19/10/2016 13h00 - Atualizado às 21h37

    Divulgação/Defesa Civil
    Estrela, no Vale do Taquari, foi um dos municípios atingidos pelas fortes chuvas desta semana - Foto: Divulgação/Defesa Civil
    Estrela, no Vale do Taquari, foi um dos municípios atingidos pelas fortes chuvas desta semana

    As fortes chuvas que atingem Santa Catarina e o Rio Grande do Sul desde sábado (15) provocaram quatro mortes, destelharam casas, alagaram ruas, interditaram rodovias e desabrigaram milhares de pessoas.

    Em Santa Catarina, a Defesa Civil Estadual confirma três mortes em consequência do temporal. No domingo (16), uma criança de 7 anos morreu em Tubarão (a 107 km de Florianópolis). Na segunda (17), um agricultor morreu após ser atingido por um raio em São Carlos (a 553 km da capital, na região oeste).

    Pelo menos 23 pessoas ficaram feridas e o total de pessoas desalojadas já soma 3.549. O governo catarinense estima que sejam cerca de 106.743 mil pessoas afetadas e 2.859 casas atingidas.

    A cidade de Tubarão decretou situação de emergência na última segunda-feira (17). A cidade chegou a ficar sem energia elétrica no final de semana.

    A previsão da Defesa Civil catarinense é que as chuvas continuem até quinta-feira (20), com ventania e granizo isolado.

    No Rio Grande do Sul, segundo a Defesa Civil gaúcha, uma pessoa morreu, 63 cidades foram afetadas e 1.577 casas foram atingidas, obrigando pelo menos 490 famílias a deixarem suas residências. Com a previsão de continuidade das chuvas até quinta-feira (20), o número de vítimas deve aumentar, de acordo com o governo estadual.

    De acordo com acordo com o Corpo de Bombeiros de Santa Maria (RS), o corpo do agricultor Valdenir dos Santos Gomes foi encontrado na tarde desta quarta (19), no Arroio Cadena, no interior da cidade. O agricultor foi achado a 60 metros de onde teria caído e se afogado com a enchente, na tarde de segunda (17).

    Mesmo com a possibilidade de sol para sexta-feira (21), o nível dos rios deve subir até sábado (22), o que deixa as autoridades em alerta por causa do risco de inundação das áreas mais baixas.

    O nível do rio Taquari, na região da cidade de Estrela (a 92 km de Porto Alegre), praticamente dobrou, de 12 metros para 21,55 m -o nível de alerta é 17 m. Na cidade de Tapejara (a 231 km de Porto Alegre), pelo menos 50 casas foram destelhadas. A prefeitura está distribuindo lonas e telhas.

    Na região da serra, diversas escolas cancelaram as aulas até quinta (20). A prefeitura de Gramado declarou situação de emergência na tarde da última terça-feira (18). Por causa dos alagamento, os ônibus deixaram de atender ao menos dois bairros do município.

    Doações de alimentos, colchões e itens de higiene podem ser entregues nos Corpos de Bombeiros das cidades atingidas.

    Além disso, de acordo com o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem, pelo menos 12 pontos de rodovias gaúchas foram bloqueados parcialmente ou totalmente com queda de barreiras, árvores e cheia dos rios.

    Tempo
    Confira a previsão para a sua cidade

    O governador em exercício, José Cairolli, faria um sobrevoo nas áreas afetadas da região metropolitana, Vale do Caí e Vale do Rio Pardo, na tarde desta quarta-feira (19). O sobrevoo, porém, precisou ser cancelado na última hora por causa da falta de condição climática para decolagem. O governador José Ivo Sartori (PMDB) está em missão oficial na Europa.

    TEMPESTADE DE RAIOS

    Em Porto Alegre, somente na segunda-feira (17), o volume de chuva registrado em apenas dez horas superou a média histórica mensal de outubro, de 114,3 mm, de acordo com o Ceic (Centro Integrado de Comando da Capital).

    Neste mesmo intervalo de tempo, as estações da prefeitura registraram 1.185 raios na capital. Segundo o Ceic, o Rio Grande do Sul se encontra numa das regiões mais propensas à ocorrência de raios por ano no mundo.

    Neste mesmo período do ano, em 2015, as chuvas causaram alagamentos nas regiões das ilhas de Porto Alegre, o que obrigou os moradores a improvisarem abrigos em uma rodovia.

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