• Cotidiano

    Monday, 06-May-2024 04:43:37 -03

    Justiça suspende regra de Haddad que eleva taxa para aplicativos como Uber

    EDUARDO SCOLESE
    EDITOR DE "COTIDIANO"

    SIDNEY GONÇALVES DO CARMO
    DE SÃO PAULO

    20/10/2016 09h35 - Atualizado às 12h55

    Kai Pfaffenbach-15.set.2014/Reuters
    An illustration picture shows the logo of car-sharing service app Uber on a smartphone next to the picture of an official German taxi sign September 15, 2014. REUTERS/Kai Pfaffenbach/Illustration/File Photo ORG XMIT: INK103
    Pessoa utiliza o aplicativo Uber no celular

    A Justiça suspendeu nesta quarta-feira (19) medida da gestão Fernando Haddad (PT) de aumentar o valor por quilômetro rodado das empresas de aplicativos de transporte que conectam motoristas particulares a passageiros, como o Uber.

    A proposta da prefeitura aumenta, de forma gradativa, de acordo com a quantidade de carros que as empresas colocam nas ruas e quanto eles rodam. As empresas pagariam R$ 0,10 por km somente até o limite de 7.541,67 quilômetros rodados numa hora. Acima disso, o valor sobe progressivamente, em seis faixas de cobrança, podendo chegar a R$ 0,40, caso passe dos 37.708,33 km por hora.

    Por exemplo, se 2.000 carros do Uber circulassem quatro quilômetros cada um em uma hora, já seria paga sobretaxa de 10%, ou R$ 0,01 –o número de carros aumenta nos horários de pico (entrada e saída do trabalho).

    Como funciona a regulamentação

    De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, o aumento dos custos de serviços de transporte individual privado vai contra o princípio constitucional da livre concorrência.

    Segundo o juiz Antônio Augusto Hristov, da 4ª vara da Fazenda Pública de São Paulo, o "município instituiu tabela progressiva de preços com o intuito de 'incentivar a concorrência', entretanto, a cobrança de sobretaxa embasada em tal argumento atenta contra o principio da livre concorrência, previsto no artigo 170, IV, da Constituição Federal".

    Na ocasião, o prefeito Fernando Haddad afirmou que a medida inibiria a "empresa a jogar seu preço para cima, para que, no futuro, não paguemos [um preço] com o fim da concorrência". A prefeitura estima que em um ano é possível obter receita de até R$ 70 milhões com a cobrança.

    A Prefeitura de São Paulo diz que respeita a decisão judicial, mas que irá recorrer para esclarecer que a "cobrança de outorga variável se constitui em forma legal e eficaz para regular o uso do viário na cidade".

    Em evento de agenda nesta quinta-feira (20), Haddad disse que é papel do Estado garantir a competição em igualdade de condições. "Quando uma empresa com o poder econômico que tem coloca em risco outras atividades tão importantes para a cidade, o poder público tem que incidir e regular de maneira tal a garantir espaço para todos", afirmou o prefeito.

    Sem citar nominalmente o Uber, o petista falou em "concorrência predatória" e reiterou que irá recorrer. "Entendemos que é um equívoco conceitual, você não poder incidir sobre concorrência predatória, sobretudo porque o viário é da cidade. A malha viária não é do aplicativo A, B ou C, é do cidadão", disse Haddad.

    TAXAS DO UBER - Como é calculada a tarifa que os aplicativos de transporte têm que pagar à Prefeitura de São Paulo


    Colaborou PAULO GOMES

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024