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    Prefeitura de Florianópolis volta a restringir marca de cerveja em praia

    JEFERSON BERTOLINI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

    24/10/2016 12h01

    Um ano após obrigar o comércio ambulante a vender exclusivamente bebidas da Brasil Kirin, dona da Schin, e então recuar da ideia, a Prefeitura de Florianópolis voltará a regular as marcas de cerveja e refrigerante vendidas nas praias da cidade no verão.

    A administração municipal fechou novo contrato de patrocínio com a empresa de bebidas, o que novamente obriga os ambulantes a venderem cerveja, refrigerante, água e energético da marca.

    A diferença é que nesta temporada, para evitar a repercussão negativa do ano passado, os vendedores poderão incluir um rótulo de cerveja e um de refrigerante, de outras marcas, em suas tendas.

    Felipe Carneiro - 28.dez.2015/Ag. RBS/Folhapress
    A prefeitura de Florianópolis voltará a regular as marcas de cerveja vendidas nas praias
    A prefeitura de Florianópolis voltará a regular as marcas de cerveja vendidas nas praias

    "Os participantes deverão vender as bebidas do catálogo da empresa Brasil Kirin e mais uma única opção de rótulo de cerveja e de refrigerante, à escolha do credenciado", diz o edital para seleção de ambulantes.

    Quem descumprir as regras, segundo o edital lançado neste mês, poderá perder a licença de trabalho.

    A prefeitura selecionará ambulantes para trabalharem em 178 barracas de lona espalhadas por 30 praias da cidade. O resultado sairá em novembro.

    Os aprovados poderão trabalhar de 15 de dezembro a 16 de abril de 2017, das 8h às 20h, em tendas com nove metros quadrados.

    A regulação da prefeitura vale apenas para tendas montadas nas praias. Não se aplica aos bares da orla.

    O preço das bebidas não será tabelado. No último verão a lata de cerveja foi vendida entre R$ 4 e R$ 8, dependendo do rótulo e do perfil do público da praia.

    FALTA DE OPÇÃO

    Na temporada passada, a venda exclusiva desagradou veranistas, que reclamaram de "falta de opção", e ambulantes, que se queixaram de queda nas vendas.

    O Procon de Florianópolis considerou que a venda exclusiva feria o direito de livre escolha do consumidor. Em meio à polêmica, o prefeito Cesar Souza Junior (PSD) rompeu o contrato com a Brasil Kirin e liberou a venda de todas as marcas.

    A Folha mostrou que a prefeitura havia recebido R$ 400 mil da empresa de bebidas para deixá-la explorar a publicidade nas tendas e no uniforme dos ambulantes.

    À época, a administração municipal informou que o dinheiro seria investido na infraestrutura da temporada, que costuma atrair 2 milhões de pessoas à cidade, muitos deles turistas argentinos, o que equivale a cinco vezes a população local.

    LICITAÇÃO

    O diretor da Sesp (Secretaria Executiva de Serviços Públicos) de Florianópolis, Anilso Cavalli, disse que contratos de patrocínio com empresas de bebida são comuns na cidade porque ajudam "a custear a temporada".

    Segundo ele, a empresa é selecionada por licitação e, em troca da publicidade nas barracas de praia, fica obrigada a fornecer as tendas, equipamentos usados dentro delas e uniformes aos ambulantes.

    De acordo com o diretor, o valor em dinheiro pago à prefeitura é usado em trabalhos como a fiscalização de praia.

    CHOPE LIVRE

    Cavalli disse que não vê prejuízos ao veranista porque, além do rótulo a critério do ambulante, a Brasil Kirin colocará à venda oito opções de cerveja (Schin, Eisenbahn, Devassa, Kirin Ichiban, Baden Baden, Cintra, Glacial, No Grau). "São rótulos com uma aceitação muito grande entre os apreciadores de cerveja".

    O diretor acrescentou que nesta temporada também haverá 113 carrinhos de chope e espumante circulando pelas praias, sem restrição de marca, o que amplia a possibilidade de escolha.

    A Brasil Kirin informou, via assessoria, que venceu licitação feita em 2015, que fornecerá uniformes a todos os ambulantes credenciados, caixas térmicas, guarda-sóis e cadeiras, além das barracas.

    A empresa informou ainda que o contrato com a prefeitura atende à reivindicação feita pelo comércio ambulante na última temporada, de vender outro rótulo de cerveja e refrigerante além dos da Brasil Kirin.

    O investimento total, considerando a temporada anterior e a próxima, será de R$ 2,5 milhões, segundo a marca.

    Procurado, o Procon em Florianópolis afirmou não poderia atender a reportagem porque o diretor estava em viagem.

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