"Como falar em lazer em um país pobre, dependente, com alta porcentagem de desempregados?", disse Renato Requixa a alunos de educação física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2001. Ele contava sobre a trajetória da sua vida em torno do seu principal objeto de estudos.
Renato nasceu em 1929 em Curitiba, mas se mudou ainda garoto para São Paulo com seus pais. Formou-se em direito na Universidade de São Paulo e, logo depois, conseguiu seu primeiro trabalho: orientador social do recém-nascido Sesc.
À época, a entidade era voltada para projetos ligados à saúde: assistência à maternidade e combate à tuberculose. Recreação, no Brasil da década de 1950, era uma palavra associada à infância.
Quando começou a estudar sobre sua importância social, foi pouco compreendido. "É aqui que vai haver uma palestra sobre raios laser?", ouviu certa vez de um capitão do exército nos anos 70, em Campinas.
Após o golpe militar, era visto pela direita como um agitador por conta dos seus trabalhos. Tampouco era compreendido pela esquerda, que considerava o tema inadequado à realidade social.
Sob sua direção, o Sesc tornou-se conhecido pelos ginásios, piscinas, quadras esportivas. Renato criou as unidades móveis de orientação social, que percorriam o interior levando cursos e espetáculos. Inaugurou centros de recreação para idosos e idealizou, ao lado de Lina Bo Bardi, o Sesc Pompeia.
Morreu no dia 26, de uma parada cardiorrespiratória, aos 87 anos.
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