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    Após acordo, Gol pagará R$ 4 milhões a tribo indígena por queda do voo 1907

    DE SÃO PAULO

    09/11/2016 08h15

    Após um acordo extrajudicial, a Gol pagará R$ 4 milhões a uma comunidade indígena pelos transtornos causados pela queda do voo 1907, há dez anos, no meio da floresta amazônica.

    O acordo foi fechado após diversas reuniões entre a empresa, representantes da comunidade indígena, o Ministério Público Federal do Mato Grosso (estado onde ocorreu a queda) e a Funai (Fundação Nacional do Índio).

    Segundo a alegação da comunidade indígena, a permanência dos destroços do voo que matou 154 pessoas em 2006, inviabiliza o uso de uma grande porção de terra dentro de uma reserva indígena.

    De acordo com as crenças do povo caiapó, as mortes ocorridas naquele local não permitem o uso da terra para caça, pesca e habitação.

    Desde o início das negociações, a comunidade indígena pediu a indenização no valor de R$ 4 milhões. Segundo o Ministério Público Federal, a Gol decidiu pagar todo o valor.

    Representantes caiapós deverão prestar contas da utilização dos recursos em benefício de toda a comunidade indígena do local afetado.

    A Gol não comenta a negociação.

    O ACIDENTE

    No dia 29 de setembro de 2006, um Boeing 737 da Gol colidiu em pleno voo com um jato executivo, modelo Legacy 600 sobre os céus da Amazônia. A investigação da Aeronáutica concluiu que os dois voavam na mesma altitude devido a uma série de falhas de procedimentos dos pilotos do Legacy e dos controladores de voo de Brasília.

    Entre as falhas estão o fato do Legacy voar sem o sistema de anticolisão estar ligado. Caso o sistema estivesse funcionando, os pilotos do Boeing e do Legacy seriam avisados sobre uma colisão imediata.

    Todos os passageiros do Boeing morreram. Já os passageiros do Legacy, em sua maioria norte-americanos, pousaram em segurança em uma pista da Aeronáutica.

    COMO FOI O ACIDENTE

    Acidente que deu início à maior crise aérea do país completa uma década

    Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress

    1 - 14h51
    O Legacy partiu de São José dos Campos com destino aos EUA com uma parada em Manaus

    2 - 15h35
    Boeing da Gol partiu de Manaus para o Rio com escala em Brasília e manteve-se o tempo todo a 37 mil pés, como previsto em seu plano de voo

    3 - 15h55
    Jato passa por Brasília e deveria mudar sua altitude para 36 mil pés,o que não aconteceu

    4 - 16h33
    Legacy passa pelo ponto a partir do qual deveria passar para a altitude 38 mil pés e se mantém na mesma altitude do Boeing

    5 - 16h56
    Aviões colidem e Boeing cai na Floresta amazônica. Todos os passageiros do Legacy pousaram em segurança

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