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    Grande SP tem chuva, morte, trânsito pesado e falhas em trens e no metrô

    THIAGO AMÂNCIO
    PAULO GOMES
    DE SÃO PAULO
    AMANDA GOMES
    DO "AGORA"

    09/11/2016 18h56 - Atualizado às 02h00

    Um temporal no final da tarde desta quarta-feira (9) gerou caos na cidade de São Paulo. Em decorrência das chuvas, um homem morreu em Osasco, o congestionamento foi maior do que a soma dos dois dias anteriores, metrô e trens operaram com velocidade reduzida e toda a capital entrou em estado de atenção para alagamentos.

    As chuvas começaram inicialmente em alguns bairros da zona sul, que teve o estado de atenção alertado pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências da prefeitura) às 16h35, junto com a marginal Pinheiros. Nas horas seguintes, as chuvas atingiram toda a capital –as demais regiões entraram em atenção às 17h40.

    Até as 18h35 o Corpo de Bombeiros registrava a queda de ao menos 42 árvores na cidade. A precipitação atinge também os municípios de Cotia, Embu, Itapecerica da Serra, Itapevi e Santana do Parnaíba, todos na região metropolitana. Os bombeiros informaram ainda o desabamento de casas no Jardim Jacira e no Campo Limpo, ambas na zona sul e até o momento sem vítimas. Em Itaquera, houve queda de granizo.

    Cidade dos alagamentos

    MORTE

    Em Osasco, um homem de 40 anos morreu eletrocutado após salvar um rapaz que também sofreu choques, por volta das 18h durante o temporal, no Jardim Rochdale. Segundo a Polícia Militar e familiares, durante a chuva, um homem passava pela calçada quando um fio caiu e o atingiu. O ajudante Ricardo Rosa da Costa, 40 anos, estava em um bar e, ao testemunhar o acidente, foi com um amigo socorrê-lo.

    Os dois arrastaram o rapaz para longe dos fios, mas Costa voltou para buscar a carteira e o guarda-chuva da vítima. Neste momento, ele levantou a cabeça, bateu no fio, foi eletrocutado e morreu no local. O outro homem estava internado até a noite de quarta e não corria risco de morrer, segundo a PM.

    Costa morava com seu filho de 6 anos e também deixou outro filho, de 18. "A única coisa que nos conforta um pouco é que ele salvou uma pessoa. O filho caçula era apegado demais com o pai e não sabemos como vamos contar para ele", disse a irmã do ajudante e operadora de caixa Karina Rosa Garcia, 24.

    Moradores da avenida Presidente Médici, onde aconteceu o acidente, dizem que o fio que atingiu a vítima já havia caído durante uma forte chuva, há duas semanas. "Já aconteceu há pouco tempo e agora foi fatal. É um absurdo deixarem esse fio assim", disse Karina.

    TRANSPORTE

    Metrô e trens circularam com velocidade reduzida no início de noite, com lentidão em diversas linhas. A estação República, da linha 3-vermelha do Metrô, tinha todo os acessos fechados às 19h30. Segundo um dos seguranças da estação, a medida foi adotada em todas as estações da linha. "A Linha amarela talvez você consiga pegar na Luz", orientou uma passageira.

    A secretária Adriana Lima, 46, saiu às 19h do trabalho, na avenida Ipiranga, e se surpreendeu com a estação fechada. Ela ia pegar a linha vermelha até sua casa, na Vila Matilde. Agora, vai esperar o marido sair do trabalho, às 21h30, para buscá-la. "A gente já está acostumada, né? Toda vez que chove é um problema".

    O Metrô informou que o transtorno na linha-3 não tem relação com a chuva. O problema foi devido à falha em equipamento na via entre as estações Pedro 2º e Belém, por volta das 17h.

    Por causa disso, os trens circularam com velocidade reduzida e maior tempo de parada na linha que liga as regiões leste e oeste da capital –a linha com maior fluxo de passageiros–, foram fechados acessos em todas as estações e está em andamento o controle de fluxo de passageiros nas catracas. O Metrô informou que fechou apenas parte dos acessos nas estações, mas a reportagem foi barrada em todos os da estação República.

    "Está uma bagunça, não dá pra ficar dentro do vagão, o povo espremido", diz Rose Silva, 49, que entrou na estação Sé e desistiu uma estação depois, "de tão lotado que estava". Ela afirmou que vai pegar um ônibus até sua casa. Muitos aguardam a situação se normalizar sentados no chão da estação ou nas barraquinhas de lanche do lado de fora. "Vou aproveitar para comer um churrasquinho, né?", disse um passageiro que não quis se identificar.

    Às 20h35 o acesso à estação Anhangabaú foi liberado sem restrições na entrada.

    Nelson Antoine/FramePhoto/Folhapress
    Ponto de alagamento na av. Nove de Julho, proximo ao terminal bandeira, centro da capital paulista, durante chuva na manha desta quinta feira. Foto: Nelson Antoine/FramePhoto *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS ***
    Ponto de alagamento na av. Nove de Julho, na região central de SP, em 3 de novembro

    A linha 1-azul também teve a velocidade reduzida no trecho entre as estações Luz e Jabaquara, por causa da transferência oriunda da linha 3-vermelha na Sé. Por volta das 20h05, o metrô começou a liberar a entrada dos passageiros na estação Anhangabaú. Nos microfones, funcionários recomendaram passageiros irem até a estação São Bento, onde a linha 1-azul funciona normalmente.

    Nos trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a circulação também passou a ser com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Luz e Guaianases da linha 11-Coral, por causa de uma descarga elétrica.

    No entanto, usuários postaram vídeos em redes sociais em que o motivo alegado pelos operadores de trem é um alagamento entre as estações Dom Bosco e Itaquera, o que fez com que o trem sentido Estudantes retornasse para a estação Tatuapé. A CPTM acionou o sistema de ônibus para emergências nas estações Corinthians-Itaquera e Tatuapé.

    Na marginal Pinheiros, o congestionamento em decorrência da forte chuva atingiu 22 km no sentido Interlagos, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). A cidade teve, às 19h00, o registro de 123 km de tráfego lento, o que equivale a 14,2% das vias da capital –a soma do pico nessa faixa de horário nos últimos dois dias é de 116 km (48 km e 68 km, respectivamente). O recorde de trânsito no ano foi bem superior, de 317 km na véspera do feriado de Tiradentes, em abril.

    Segundo o CGE, o tempo segue instável na quinta (10) e sexta-feira (11), com novas pancadas de chuva à tarde.

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