Nenhum nome era apenas um nome para Isaías Villaça Guimarães. Fã de acrósticos, ele adorava separar letra por letra em versos rimados. "Viravam poesias lindas", conta o filho, José Augusto. A brincadeira chegava a ser "encomendada" por conhecidos para marcar ocasiões especiais.
Ninguém sabe ao certo quando ou como os acrósticos começaram, mas as palavras de modo geral eram uma paixão para Isaías. Nunca se cansava de fazer palavras cruzadas, de ler seus livros.
Nascido em São Paulo, se mudou ainda criança para o interior do Estado. De Caçapava lembrava da praça na frente de casa, das brincadeiras na rua. Mas foi em Marília que ele se fixou e viveu até o final. Dizia se arrepender de não ter nascido na cidade.
Foi lá que fez carreira na Caixa Econômica, após desistir da ideia de fazer odontologia –já que não queria deixar a cidade para fazer o curso em outro lugar–, foi também onde conheceu a mulher, Yolanda, com quem ficou casado por 52 anos, até a morte dela, em 2009, e foi onde criou os filhos e os netos.
Tinha gênio forte, mas era um eterno otimista. Detestava conversas sobre problemas ou doenças e parecia estar sempre de bem com vida. Recentemente, ainda passava trotes pelo telefone e ligava diariamente para contar ao filho as últimas piadas que havia aprendido. Gostava de rir.
Nem a artrose, que o afastou das caminhadas diárias, ou o câncer. que o colocou no hospital, conseguiam deixa-lo desanimado. Dizia que o hospital era quase um hotel.
Morreu dia 5, aos 86 anos, de câncer. Deixa 2 filhos, 4 netos, 2 irmãs e 15 sobrinhos.
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