O forte temporal que atinge o Estado do Rio de Janeiro desde a última sexta (11) causou deslizamento de terra na noite desta segunda-feira (14) em Petrópolis, na região serrana. Cerca de 15 famílias estão desalojadas.

A Defesa Civil e a Secretaria da Segurança Pública informaram que encontraram na manhã desta terça–feira (15) dois corpos –um homem de 70 anos e uma mulher de 49–, que estavam soterrados depois de um deslizamento de solo e rochas na rua Uruguai, no Quitandinha.

Mais de mil toneladas de pedras e terra desceram por volta das 23h de uma encosta por mais de 200 metros, atingindo cinco casas. As buscas aos desaparecidos começaram ainda na noite desta segunda, mas foram interrompidas por volta das 3h devido à chuva, à baixa visibilidade e a instabilidade na área.

A rua permanece interditada, com risco iminente de novos deslizamentos, e toda a área, num trecho de cem metros, foi isolada. A energia elétrica na região também foi cortada por segurança.

Como acontecem os deslizamentos

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), visitou o local, conversou com os moradores e disse que lamenta que mais uma vez desastres naturais tenham ocasionado a perda de vidas no município. "Os esforços das equipes se concentraram, neste primeiro momento, no resgate às vítimas. Estamos ao lado das famílias neste momento difícil", afirmou.

O secretário de Defesa Civil e Segurança Pública, Rafael Simão, pediu que as pessoas não se dirijam à região e lembra que a presença de curiosos atrapalha o trabalho das equipes que atuam no local.

Os moradores da região foram orientados a sair de casa e se encaminharem para locais seguros, como a Igreja Santíssima Trindade, o posto de saúde que funciona no prédio anexo à igreja e o Centro de Educação Infantil Chiquinha Rola. De acordo com a administração municipal, há 15 famílias desalojadas e nenhuma desabrigada.

De acordo com a prefeitura, a cidade também registrou outras ocorrências sem gravidade. No Meio da Serra, duas casas foram interditadas preventivamente após o deslizamento de uma rocha. Já na Vila São José, uma casa que ficou sem acesso também foi interditada.

Deslizamento em Petrópolis

A Defesa Civil afirmou que registrou 59 ocorrências por telefone desde sábado (12), sendo a mais grave a do deslizamento no Quitandinha. O maior índice pluviométrico foi registrado em São Sebastião, onde o acumulado já chega a 563 milímetros no período de 30 dias. Duques e Vila Felipe registraram 531 milímetros e 505 milímetros, respectivamente.

Nesta época do ano, normalmente, segundo a Defesa Civil, o índice pluviométrico alcança 300 milímetros num período de 30 dias nessas regiões. O órgão afirmou que a população deve ficar atenta devido ao acúmulo de chuvas, que deixam o solo encharcado. Se o morador perceber qualquer sinal de instabilidade, alerta o órgão, ele deve ligar para o 199 (ligação gratuita).

A prefeitura afirmou que tentará incluir as obras de prevenção, com contenção de encostas, em 14 localidades da cidade no pacote do PAC Encostas.

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Segundo o Climatempo, as instabilidades começaram a enfraquecer sobre o Rio de Janeiro, mas ainda há muitas nuvens e deve chover nesta terça sobre a capital, região metropolitana e serrana. De acordo com os meteorologistas, ao longo do dia a tendência é de diminuição da chuva sobre estas localidades.

A chuva dos últimos dias ocorre em decorrência do deslocamento de um sistema de baixa pressão atmosférica do continente para o mar ao longo de toda a costa do Rio. O mar ainda fica agitado em toda costa fluminense, com ondas que podem passar de 2 metros de altura provocando ressacas.

Como se forma a ressaca