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    Incêndio de 12 horas no Brás abalou estrutura de prédio, dizem bombeiros

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    24/11/2016 12h24 - Atualizado às 16h40

    Moacyr Lopes Junior/Folhapress
    São Paulo, SP, Brasil. 24.11.2016. Corpo de Bombeiros combatem incêndio iniciado na noite de quarta, no shopping popular, na praia dos Lavradores, no Brás. É o segundo grande incêndio na região. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress)
    Bombeiros combatem incêndio em shopping popular na região do Brás, centro de São Paulo

    O incêndio que atinge a região do Brás, no centro de São Paulo, desde a noite desta quarta-feira (23) pode causar o desabamento do edifício queimado, na avaliação do Corpo de Bombeiros.

    A corporação diz que as chamas foram controladas, mas ainda há fogo e muita fumaça no local, mesmo após doze horas do início do incêndio.

    "Há risco de desabamento. As rachaduras na estrutura impedem a entrada dos bombeiros", diz o capitão Marcos Palumbo. O combate às chamas está sendo feita por cima do prédio, com escadas.

    Três pessoas foram retiradas do telhado do prédio atingido, um shopping popular de três andares, com apoio de uma autoescada. Elas inalaram fumaça, mas apenas uma foi levada ao pronto-socorro do Hospital das Clínicas. Todas passam bem, diz a corporação.

    O diretor do shopping popular afirmou que o imóvel não tinha problemas e tinha sido reformado recentemente.

    "O prédio não tem problema de segurança ou elétrico. Tudo é novo", disse Adbi Abdouni na manhã desta quinta (25) enquanto acompanhava o trabalho dos bombeiros de combate às chamas.

    O prédio abrigava cerca de cem boxes de venda de roupas e sapatos no térreo. Os dois andares superiores tinham os estoques desses lojistas. Informações preliminares apontam que o incêndio começou o primeiro andar e se espalhou por todo o shopping, que tem 10 mil m2 e funciona a há cerca de seis anos.

    Os bombeiros afirmaram mais cedo que o local não tinha Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros e, por isso, estava funcionando irregularmente. O diretor do local, porém, negou a informação.

    "Não há nenhum tipo de falta de documento. Temos toda documentação necessária, planta aprovada. Não tenho isso aqui, mas vai ser apresentado no momento oportuno" disse Abdouni.

    "O prédio tem tudo em ordem. Extintores e todo o equipamento necessário para o combate ao incêndio. Acho estranho esse tipo de incêndio porque todas as instalações são novas", completou.

    Três pessoas estavam no local no momento do incêndio: um segurança, o bombeiro civil e um lojista. Todos foram retirados pela parte superior do prédio durante a madrugada. O bombeiro civil precisou ser levado ao hospital devido à inalação de fumaça, mas já foi liberado e retornou ao local para acompanhar os trabalhos.

    "O prejuízo é imensurável. Isso porque tinha muito equipamento. Só de equipamento de combate a incêndio eu gastei R$ 600 mil", disse Abdouni, que também afirmou ter concluído a última reforma, "de embelezamento", há cerca de 90 dias. O shopping não tinha seguro.

    Ao menos 27 equipes do Corpo de Bombeiros de São Paulo e Guarulhos, totalizando 72 homens, foram enviadas ao local para combater o fogo.

    A SPTrans (empresa responsável pelo transporte público municipal) informou que oito linhas que circulam pela rua São Caetano e seis pela rua Barão de Ladário tiveram os trajetos alterados.

    Equipes dos bombeiros combatem incêndio de grande proporção em shopping popular

    OUTRO INCÊNDIO

    Quatro pessoas morreram nesta quarta-feira (23) em um incêndio em um prédio comercial de dois andares na região do Brás, no centro de São Paulo. Os bombeiros chegaram a apontar uma quinta pessoa como desaparecida, mas ela foi localizada bem, em outro lugar.

    A secretaria da Segurança de São Paulo informou que três das vítimas morreram por asfixia, e outra foi carbonizada. O IML (Instituto Médico Legal) pede que familiares de pessoas que viviam no prédio compareçam ao local para auxiliar a identificação dos corpos.

    Segundo a corporação, nove pessoas foram levadas a hospitais da região por inalação de fumaça e queimaduras. Vinte equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas por volta das 5h para controlar o incêndio no imóvel localizado na avenida Celso Garcia com rua Bresser. O fogo foi controlado cerca de duas horas depois.

    De acordo com a Defesa Civil do Estado, o prédio incendiado, originalmente comercial, era usado como moradia coletiva por cerca de 20 pessoas. Segundo o Corpo de Bombeiros, no imóvel funcionava uma oficina de costura e morava brasileiros e bolivianos.

    "Perdi tudo. Tive que sair pela janela com meus filhos", conta a jovem boliviana, uma das sobreviventes do incêndio que atingiu o prédio, localizado na avenida Celso Garcia, na altura da rua Bresser, no Brás, centro de São Paulo. Quatro pessoas morreram e outras nove precisaram de atendimento médico.

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