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    mosquito aedes aegypti

    Governo põe em alerta mais de 850 cidades para surto de doenças do aedes

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    24/11/2016 15h13 - Atualizado às 15h41

    Picture-Alliance/DPA/O.Riveira
    Europa pode ter surto de zika nos próximos meses, alerta OMSOrganização Mundial da Saúde afirma que chance de vírus se espalhar por países europeus é de baixa a moderada durante o fim da primavera e o verão. Ilha da Madeira e costa nordeste do Mar Negro, porém, têm alto risco.
    Aedes aegypt, o mosquito transmissor da zika, chikungunya e dengue

    Ao menos 855 municípios do país estão em situação de alerta ou risco de novos surtos e epidemias de dengue, zika e chikungunya, aponta um levantamento do Ministério da Saúde com base nos índices de infestação do mosquito transmissor dessas três doenças, o Aedes aegypti.

    O panorama faz parte de uma nova edição do LirAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti), divulgado nesta quinta-feira (24). O levantamento foi feito entre outubro e novembro deste ano. A adesão dos municípios é voluntária.

    De 2.284 municípios que enviaram dados, 855 apresentam situação de "alerta" –o que ocorre quando 1% a 4% dos imóveis visitados apresentam focos do mosquito –ou de "risco" de avanço de casos –quando esse percentual de imóveis com focos é maior que 4%. A pasta não informou os dados separados para cada categoria.

    Aloisio Mauricio-4.nov.2016/Fotoarena/Folhapress
    O ministro da Saúde, Ricardo Barros, em evento sobre perspectivas da saúde para 2017 em São Paulo
    O ministro da Saúde, Ricardo Barros, em evento sobre perspectivas da saúde para 2017 em São Paulo

    Outros 1.429 municípios estão em situação considerada satisfatória, o que ocorre quando menos de 1% dos imóveis analisados têm focos de Aedes aegypti.

    Entre as capitais, Cuiabá apresentou índices mais altos de infestação, o que a coloca em situação de maior risco de novos surtos. Outras nove estão em situação de alerta: Aracaju, Salvador, Rio Branco, Belém, Boa Vista, Vitória, Goiânia, Recife e Manaus.

    ALERTA CHIKUNGUNYA

    Embora acendam um sinal vermelho para as três doenças, o governo aponta a chikungunya como a principal preocupação com a chegada do verão, quando o clima fica mais favorável à proliferação do mosquito transmissor.

    "Como é um vírus novo, qualquer crescimento para o ano que vem representa um número muito maior de pessoas atingidas", afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, referindo-se ao fato de que boa parte da população não tem imunidade contra a doença.

    Para o ministro, o avanço da chikungunya, conhecida por causar fortes dores nas articulações, também deve deixar um maior número de "pessoas encostadas no INSS".

    "Nossa expectativa é que haja no ano que vem um aumento significativo de casos de chikungunya, um problema sério, incapacitante. A pessoa não consegue trabalhar. Teremos um problema previdenciário porque essas pessoas ficarão encostadas no INSS, e isso aumenta as contas públicas", afirmou.

    Dados do Ministério da Saúde mostram que, neste ano, o Brasil registrou 250 mil casos prováveis de chikungunya, um aumento de 850% em relação a 2015, quando houve apenas 26.435.

    Apesar do alerta, o ministro minimizou o risco de uma possível epidemia da doença. "Ter 250 mil casos não é uma epidemia, nem que isso dobre. Mas é uma preocupação do governo", disse.

    Aedes aegypti e doenças

    CAMPANHA

    O governo também anunciou oficialmente a nova campanha para prevenção e combate ao Aedes aegypti, que ocorrerá até 24 de dezembro. Neste ano, o foco foi ampliado.

    Em vez do tradicional anúncio de quais são as medidas recomendadas para eliminação dos criadouros do mosquito, a campanha foca em depoimentos de pessoas que sofreram impactos por essas doenças, como mães de bebês com microcefalia e pacientes que sofrem com dores nas articulações devido ao vírus da chikungunya.

    "Estamos mostrando a consequência de não combater os focos do mosquito. Queremos que as pessoas percebam que é muito melhor cuidar dos focos do mosquito do que sofrer a vida inteira por não ter feito esse gesto", afirmou Barros.

    A campanha também passa a incluir, pela primeira vez, alertas sobre a possibilidade de transmissão sexual do vírus da zika. Já o dia D, conhecido pela mobilização nacional contra o mosquito, está marcado para o dia 2 de dezembro.

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