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    Após depoimento de Luiza Brunet, Justiça adia julgamento para fevereiro

    GIBA BERGAMIM JR.
    DE SÃO PAULO

    29/11/2016 18h35 - Atualizado às 22h01

    O julgamento do empresário Lírio Parisotto, acusado de agredir a modelo e atriz Luiza Brunet, foi remarcado para o próximo dia 13 de fevereiro.

    A audiência teve início na tarde desta terça-feira (29), mas foi encerrada pela juíza responsável pelo processo por causa da ausência de testemunhas de defesa.

    Ouvida nesta tarde, a atriz se emocionou durante o depoimento, de acordo com o Ministério Público Estadual.

    A Promotoria denunciou Parisotto por lesões corporais grave e leve após denúncias de agressão feitas por Luiza Brunet.

    Segundo a acusação, Parisotto infringiu a Lei Maria da Penha, que tornou mais rigorosas as punições para casos de violência doméstica.

    Se condenado, o empresário pode cumprir até oito anos de prisão, de acordo com o promotor Carlos Bruno Gaya da Costa, do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica.

    Uma das agressões teria acontecido em Nova York, dias antes de a atriz prestar queixa à Polícia Civil de São Paulo. Porém, Costa diz que há provas de que Parisotto a agrediu em pelo mais uma ocasião.

    As lesões seriam uma fratura num dedo, além de hematomas no rosto e costelas quebradas. A defesa de Parisotto contesta a veracidade das lesões.

    Em fevereiro do ano que vem, além de duas testemunhas que faltaram hoje, a Justiça ouvirá o acusado, que alega legítima defesa. O defensor dele dele busca provar que há inconsistências nas acusações.

    O promotor diz que a defesa incluiu no processo conversas privadas por meio de aplicativos de mensagens de celular de Luiza com o ex-marido e familiares dela para tentar comprovar "desequilíbrio emocional" da vítima.

    "A gente, do Ministério Público, considera bastante covarde da parte dele [ex-marido] usar esse tipo de conversas que ele tinha com ela e outras pessoas para tentar fazer prova. É uma coisa bastante comum aqui na Vara de Violência Doméstica, em que sempre a mulher é tachada de louca. Os agressores, em regra, se valem da fragilidade emocional da vítima para perpetrar agressões e continuar o ciclo da violência", disse o promotor.

    De acordo com ele, laudos periciais comprovaram lesões na vítima.

    Bruno Poletti - 02.mai.2016/Folhapress
    Mônica Bergamo 29.07.2016 - Luiza Brunet e o ex marido, Lírio Parisotto, durante a Primeira edição do jantar beneficente Essencia Bela, em prol da ONG Afesu Veleiros, apresentado por Isabela Fiorentino. (Foto: Bruno Poletti 02.05.2016/Folhapress)
    Luiza Brunet e o ex-marido, Lírio Parisotto, durante o jantar beneficente em maio

    Em nota enviada à imprensa na noite desta terça-feira (29), o advogado de Brunet, Pedro Fonseca, declarou que Luiza prestou todas as informações necessárias à reconstrução da verdade e à realização da Justiça, demonstrando convincentemente a ocorrência das graves agressões praticadas pelo empresário.

    INVERDADES

    Já o advogado Celso Vilardi afirma que o processo tem contradições e inverdades. "Nós já tínhamos juntado textos de emails e mensagens de Whatsapp e temos uma prova consistente. Ela confessa nos emails que bate nele", disse Vilardi.

    Segundo o defensor, imagens de ferimentos no rosto feitas por Luiza e apresentadas à Justiça não condizem com as datas das agressões. "São contradições e mentiras que vão se agigantando", disse.

    Questionado sobre declaração do promotor de que estaria tratando a vítima com desmerecimento, Vilardi reagiu.

    "Não tem ninguém desmerecendo a vítima. Desde o o princípio do processo eu tenho tratado a senhora Luiza com o maior respeito. Até o meu cliente, no depoimento dele, diz que ela é uma mulher maravilhosa, quando ela está bem. Agora, não posso deixar de dizer que ela se descontrola porque ela é quem diz que se descontrola nos emails", disse Vilardi.

    Ele se refere a textos anexados ao processo em que ela admite supostas agressões verbais e físicas contra Parisotto.

    Sobre um ferimento no dedo acontecido em dezembro passado, o advogado diz que a atriz narra uma cena que não aconteceu.

    "O Ministério Público, como fiscal da lei, tem que fazer com que as pessoas venham aqui e respeitem o Judiciário e falem a verdade. Não está acontecendo isso", disse Vilardi.

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