A equipe do prefeito eleito João Doria (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (1°) os primeiros 20 prefeitos regionais, atualmente chamados de subprefeitos. Mais da metade deles atua ou atuou em gestões tucanas do governo estadual. Entre eles, há um policial militar, uma delegada e um condenado pela Justiça em segunda instância.

O vice-prefeito e secretário das Prefeituras Regionais, Bruno Covas (PSDB), afirma que teve liberdade para escolher sem pressões. Apesar do discurso antipolítico de Doria, Covas disse que não foi orientado a barrar ninguém por sua atuação política.

"Muitos atuaram em campanhas, mas o fato de terem apoiado este ou aquele candidato não inviabilizou a escolha", disse Covas. "Inúmeras pessoas mandaram currículo e se apresentaram como candidatos. E em nenhum momento houve apontamento por parte do prefeito eleito João Doria de que esse ou aquele prefeito regional deveria contemplar o vereador A ou a vereadora B".

Parte dos futuros administradores trabalha no governo do tucano Geraldo Alckmin. É o caso do prefeito regional da Vila Mariana (zona sul), Benedito Mascarenhas Louzeiro, que atualmente é coordenador da assessoria de relações institucionais da Secretaria de Estado da Educação.

Subprefeitos de SP

Entre os regionais, estão nomes que além da experiência no governo estadual também fazem parte da vida partidária do PSDB, como Paulo Mathias (Pinheiros), egresso da juventude tucana.

Mathias prometeu diálogo na região de Pinheiros, onde uma das grandes questões com que terá de lidar é o Carnaval. "A prioridade principal é que tenhamos organização, limpeza e segurança [no Carnaval]", disse ele, que garantiu que a gestão Doria não pretende impedir a festa nas ruas do bairro.

Também há administradores de outras áreas de atuação, como policiais. É o caso do subprefeito da Penha (zona leste), o major da reserva da PM Jurandir Junqueira Junior, e a delegada aposentada Rosmary Corrêa, que atuará em Santana (zona norte).

CONDENADO

O escolhido para chefiar a mais importante prefeitura regional, a da Sé, foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa, conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo". Eduardo Odloak foi condenado em processo que se refere à abertura irregular do Shopping Center Capital, na Mooca, em 2006, quando ele era subprefeito naquela região.

A acusação é que o local foi aberto sem habite-se, alvará e requisitos de segurança. Apesar disso, Odloak não teria interditado o local mesmo após ficar sabendo do problema.

Ele foi condenado à perda de função pública que estiver exercendo, suspensão dos direitos políticos por três anos, multa civil no valor de 30 salários e proibido de contratar com o poder público.

O caso não transitou em julgado ainda e cabe recurso. Por isso, ele ainda não cumpre nenhuma das penas.

Odloak afirmou que o shopping foi fechado após se esgotarem os prazos de recursos do estabelecimento, conforme orientação de técnicos da prefeitura.

"Aguardamos por cautela todos os recursos. Havia mais de 1000 empregos ali, 170 lojas", disse. De acordo com ele, não havia problemas de segurança no local.

Questionada sobre o assunto, a gestão Doria afirmou que Odloak não pode ser enquadrado como ficha suja. A condenação não diz respeito a recebimento de propina ou enriquecimento ilícito, diz e equipe do tucano.

"Segundo jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a condenação de que é alvo Eduardo Odloak, futuro prefeito regional da Sé, não o inabilita a exercício do cargo público, pois, conforme reconhece o Tribunal de Justiça, não houve recebimento de qualquer benefício financeiro", afirma nota da equipe do futuro prefeito.

Secretários de Doria