Em um intervalo de menos de uma hora, dois novos ataques foram registrados na noite de domingo (4) na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte. Não houve vítimas.
O primeiro aconteceu por volta das 21h em Parnamirim (RN),município vizinho à capital. De acordo com a Polícia Civil, cerca de seis criminosos encapuzados pararam um ônibus intermunicipal e obrigaram passageiros, motorista e cobrador a descer.
Em seguida, eles atearam fogo nas rodas do coletivo, que fazia a linha J (Parnamirim-Natal). Segundo a polícia, o fogo não se espalhou e se extinguiu sem causar maiores prejuízos.
O segundo ataque aconteceu minutos depois, em Natal, quando um grupo de criminosos passou atirando contra a 7ª Delegacia de Polícia, no bairro das Quintas. Os disparos acertaram também um carro da polícia que estava parado no local. A delegacia estava fechada, portanto ninguém se feriu.
A Polícia Civil investiga se os ataques têm relação entre si ou com a morte de cinco suspeitos no sábado (3) pela Deicor (Divisão de Combate ao Crime Organizado). Durante a operação, outros dois foram presos no local –um sítio na cidade de São José do Mipibu (a 30 km de Natal). Com eles, a policia apreendeu armas (como fuzis, espingardas e pistolas), explosivos, carros roubados e drogas.
SEM RECUO
O governador do Estado, Robinson Faria (PSD), afirmou nesta segunda (5) que o governo não vai recuar no combate ao crime organizado. "Não vamos nos intimidar, estamos realizando operações exitosas em atuações conjuntas da Polícia Civil, da Polícia Militar e com o apoio da Força Nacional."
A onda de ataques no Rio Grande do Norte teria começado no final do primeiro semestre deste ano depois de o governo estadual anunciar que iria instalar bloqueadores de celular na Penitenciária de Parnamirim. Os ataques teriam sido ordenados de dentro de presídios.
A pedido do governador, o Ministério da Justiça autorizou o envio da Força Nacional para combater a onda de violência. Desde setembro, mais de cem homens da tropa especial atuam no Estado, ajudando o policiamento ostensivo.
"Nós estamos preparados para enfrentar o crime, e assim como ocorreu em julho deste ano quando enfrentamos as ações do crime organizado, não iremos permitir que o crime tenha espaço no nosso Estado. Nosso setor de inteligência está a postos e brevemente faremos novas operações. Aqui fica o registro do sucesso desta ação das nossas forças policiais", disse Faria.