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    Santa Casa consegue empréstimo de R$ 360 mi para renegociar dívidas

    FERNANDA PEREIRA NEVES
    DE SÃO PAULO

    06/12/2016 14h37

    A Santa Casa fechou com a Caixa Econômica Federal um acordo de empréstimo de R$ 360 milhões, na manhã desta terça (6). O valor será usado para renegociar dívidas do hospital com fornecedores, que está atualmente em torno dos R$ 400 milhões, segundo o provedor da unidade, José Luiz Setúbal.

    "Nosso grande problema hoje está no fornecimento dos insumos. Como temos uma dívida muito grande, muitos deles se recusam a fornecer medicamentos e materiais, e isso faz com que não tenhamos segurança para funcionamento adequado do hospital", afirma o provedor, que espera restabelecer o fornecimento desses insumos.

    Segundo ele, desde setembro, a Santa Casa tem priorizado os atendimento de pronto-socorro e ambulatório, mas foram reduzidas as cirurgias eletivas e internações. "Certamente, a gente precisa fazer isso [retomar o atendimento 100%], temos contrato com o SUS, então temos que atender o número estipulado de pacientes", diz.

    A expectativa é que o valor do empréstimo seja liberado ao hospital nos próximos 30 dias. As negociações com fornecedores, porém, podem levar de dois a três meses, estima Setúbal. Foram dados como garantia para o empréstimo repassem do SUS e imóveis pertencentes à Santa Casa. O prazo de pagamento é de dez anos.

    CRISE

    O hospital passa pela maior crise financeira de sua história e, endividado, tem passado por um gradual encolhimento de sua estrutura, com corte de pessoal, paralisações e a interrupção de parte dos serviços prestados.

    Em julho de 2014, a instituição interrompeu o atendimento de urgência e emergência por pouco mais de um dia, alegando falta de recursos para comprar medicamentos e materiais como seringas e agulhas.

    No final do mesmo ano, uma auditoria contratada pelo governo do Estado de São Paulo apontou uma dívida superior os R$ 770 milhões. Só os débitos com fornecedores superavam R$ 100 milhões.

    Setúbal assumiu o cargo de provedor em junho do ano passado e colocou como meta buscar apoio político para conseguir mais prazo e mais espaço para renegociação das dívidas do hospital. Um ano depois, ele chegou a afirmar que a Santa Casa saiu da UTI, mas permanecia na unidade semi-intensiva, dependendo do empréstimo aprovado agora.

    "[Esse empréstimo] será uma sobrevida para que consigamos nos organizar para pagar as dívidas", diz o provedor.

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