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    Parceria de PM e prefeitura recupera 749 carros em SP com ajuda de radares

    PAULO GOMES
    DE SÃO PAULO

    09/12/2016 17h00

    Alvo da insatisfação dos cidadãos paulistanos, a presença massiva de radares de trânsito na cidade de São Paulo agora tem um bom argumento a seu favor.

    Desde agosto, as imagens dos radares da prefeitura são compartilhadas com a Polícia Militar com cruzamento de dados instantâneo e já permitiram que 749 veículos furtados ou roubados fossem recuperados pela PM. Segundo o gerente de fiscalização eletrônica da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Ronaldo Alonso, entre 18 de agosto e 2 de dezembro, o sistema emitiu 21.245 alertas dos 846 locais fiscalizados.

    "Se roubaram seu carro e você denunciou ao 190, a PM vai cruzar os dados caso esse veículo passe em um radar", diz o gerente da CET. O carro não precisa cometer uma infração de trânsito para que o radar registre e repasse a imagem com os dados de horário e localização.

    A notificação é rápida –o sistema identifica a placa e transmite a imagem para o centro de operações da PM em apenas quatro segundos. "Eles cruzam os dados no banco de dados dos veículos produto de crime [roubo, furto, sequestro etc] e o local exato onde o veículo está, possibilitando a abordagem policial", afirma o técnico. No período, foram presas 1.041 pessoas e apreendidas 50 armas nessas ocorrências.

    Projeto Radar

    CONVÊNIO

    A iniciativa partiu da própria Polícia Militar, que procurou a CET em julho de 2015. Os dados captados pelos radares já são repassados para a Secretaria Municipal de Transportes em quatro minutos, para controle de tráfego e aplicação de multas. Como a PM necessitava de mais agilidade, foi feito um período de testes com o serviço mais rápido no segundo semestre de 2015, em dez locais da marginal Tietê.

    Em março, ao avaliar os resultados, o prefeito Fernando Haddad (PT) optou por custear o investimento para a entrega rápida de dados. Para o serviço abranger toda a cidade, são destinados R$ 738,5 mil por mês a quatro consórcios que cuidam dos 846 locais fiscalizados por equipamentos eletrônicos fixos, de um total de 906 locais (os radares estáticos nos demais 60 locais não fazem transmissão on-line).

    Foi então firmado um convênio entre Estado e prefeitura por meio da Secretaria da Segurança Pública (Estado) e da Secretaria Municipal de Transportes. Para respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, o aditamento do contrato tem vigência até o dia 31. Caberá à nova gestão, de João Doria (PSDB), decidir pela renovação do serviço.

    O projeto já funcionava em outras cidades do Estado desde 2014. Ele é integrado ao Detecta, sistema inteligente de segurança comprado da Microsoft pelo governo Alckmin em abril de 2014 por R$ 9,7 milhões.

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