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    Após prazo, 63% dos municípios ainda não têm prontuário eletrônico

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    14/12/2016 14h09

    Após o fim do prazo estabelecido pelo governo para implantação do prontuário eletrônico, apenas 37% dos municípios do país já possuem unidades básicas de saúde com acesso ao sistema que reúne dados de consultas e exames feitos pelo paciente.

    Os dados fazem parte de um balanço apresentado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (14), quatro dias após o fim do período de 60 dias fixado pela pasta para que todas as cidades implementassem o prontuário eletrônico ou enviassem justificativas, sob risco de suspensão de repasse de recursos da atenção básica.

    Segundo o balanço, 2.060 municípios já implantaram prontuário digital próprio ou desenvolvido pelo ministério em ao menos uma unidade de saúde –um avanço de 7% em relação ao início de outubro, quando a medida foi anunciada.

    Edson Ruiz - 1º. mai.15/Coofiav/Folhapress
    63% dos municípios ainda não têm prontuário eletrônico após prazo do Ministério da Saúde
    63% dos municípios ainda não têm prontuário eletrônico após prazo do Ministério da Saúde

    Do 41.688 postos de saúde em funcionamento no país, 11.112 já utilizam esse sistema, o equivalente a 26,6% do total. Em outubro, esse percentual era de 24,3%. Além de consultas e exames, o prontuário deve reunir dados sobre medicamentos receitados, diagnóstico do paciente, procedimentos realizados e evolução do tratamento.

    Apesar da meta fixada pelo governo, a maioria dos municípios e unidades básicas de saúde informou dificuldades em implementar o sistema. As principais são a falta de equipamentos, como computadores (motivo alegado em ao menos 21 mil unidades básicas de saúde), ausência de conexão ou problemas no acesso à internet (caso de ao menos 18 mil delas) ou falta de profissionais capacitados para uso do prontuário, entre outros motivos.

    O Ministério da Saúde diz que a pasta agora deve analisar cada uma das justificativas para definir novos prazos e quais medidas devem ser adotadas.

    Segundo o ministro Ricardo Barros, a pasta já trabalha na criação de um plano de apoio à aquisição de equipamentos, treinamento de profissionais e ampliação do acesso à internet nos próximos seis meses. Ao todo, a previsão é investir cerca de R$ 416 milhões no próximo ano com as medidas. "Espero que até maio do ano que vem tenhamos a imensa maioria das unidades conectadas", afirma.

    Já os municípios que ainda não enviaram informações poderão ter recursos federais voltados à atenção básica em saúde suspensos no início de 2017, informa. Ao menos 151 cidades ainda não enviaram justificativas e devem ser contatadas nos próximos dias para enviarem explicações, de acordo com a pasta. Caso não informem, os recursos serão cortados. O valor total previsto para esses municípios não foi informado.

    Além do prontuário eletrônico, Barros já anunciou que planeja suspender recursos para municípios que não enviarem outras informações na área de saúde ou participarem de levantamentos sobre a infestação do mosquito Aedes aegypti, por exemplo.

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