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    Rio de Janeiro

    Marinha invade área pública em local turístico do Rio, diz prefeitura

    DO RIO

    20/12/2016 13h35 - Atualizado às 17h57

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Rio de Janeiro, RJ, BRASIL, 20-12-2016: Marinha ocupa trecho de lazer do Boulevard Olimpico entre a praca Maua e a Candelaria para usar como estacionamento privado pelos militares (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, COTIDIANO).
    Marinha coloca grades e isola a Orla Conde, passeio público que liga a praça Mauá à praça XV, no Rio

    O isolamento com grades de parte da Orla Conde, passeio público a beira-mar que se tornou atrativo turístico do centro do Rio nos Jogos Olímpicos de 2016, abriu uma disputa entre a Marinha e a prefeitura neste final de gestão Eduardo Paes (PMDB).

    Segundo a prefeitura, a Marinha está tratando como sendo dela esse espaço da zona portuária que é público e vai da praça Mauá, onde estão as instalações do Museu do Amanhã, até a Candelária. Já a Marinha nega que a área seja municipal e afirma que a prefeitura descumpriu acordos com a instituição.

    Extensão do Boulevard Olímpico, a Orla Conde faz parte dos projetos de revitalização da zona portuária feitos pela Prefeitura do Rio para os Jogos Olímpicos. Seu trecho final foi inaugurado em agosto. Até então, a área passara 250 anos nas mãos da Marinha.

    Segundo a prefeitura, a Marinha havia se comprometido a liberar a área para a construção do passeio público. Receberia, em troca, obras no interior do 1º Distrito Naval, um novo restaurante e um estacionamento subterrâneo.

    Gabriel de Paiva/Ag. O Globo
    Rio de Janeiro (RJ), 20/12/2016 - Colocação de grade por parte da Marinha na Orla Conde desagrada frequentadores. Foto: Gabriel de Paiva/ Ag. O Globo ORG XMIT: 1245034 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Marinha coloca grades e isola a Orla Conde, passeio público que liga a praça Mauá à praça XV, no Rio

    Ainda segundo a prefeitura, durante a Rio 2016, a área de estacionamento foi ocupada por um dos patrocinadores e devolvida depois dos Jogos. O espaço gradeado, que delimita a área de estacionamento, porém, avançou além da área do Distrito Naval e inviabilizou a utilização do novo equipamento urbano (espreguiçadeiras, mesas e bancos) pela população.

    A Cdurp (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto) afirma que dialoga com a Marinha para que a área revitalizada seja reaberta.

    Já a Marinha nega que aquele trecho fizesse parte do acordo firmado antes dos Jogos. A área, diz, poderia ser utilizada como espaço de convivência somente durante a realização do evento. Depois disso, deveria ser devolvida à Marinha, com cercadura colonial nos limites originais. Os bancos e canteiros lá instalados deveriam ser removidos e a área só poderia servir de passagem.

    Além disso, a Marinha diz que a contrapartida municipal não foi cumprida. Segundo o órgão, a reforma do refeitório está incompleta e a construção do estacionamento, paralisada.

    Ainda de acordo com a Marinha, as grades foram colocadas ali para proteger a população de queda no mar –o órgão diz ser responsável pela conservação, gestão e segurança de toda a área de passagem.

    "A Marinha do Brasil solicitou à prefeitura que fizesse adaptações ao projeto urbanístico inicial, onde contemplasse a colocação de guarda-corpos em toda a extensão da Orla no lugar dos gradis provisórios", diz o órgão, em nota.

    O prefeito eleito Marcelo Crivella (PRB) informou que entrou em contato com o comandante da Marinha, Almirante Leal Ferreira, e pediu que a área da Orla Conde seja liberada. Segundo a assessoria de imprensa do prefeito eleito, o almirante sinalizou que vai rever a medida. Ainda de acordo com a equipe de Crivella, a expectativa é a de que isso aconteça nos próximos dias.

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