O secretariado do prefeito eleito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), reunirá desde o ex-guerrilheiro César Benjamin, na Educação, ao fundador do Bope (Batalhão de Operações Especiais), coronel Paulo Cesar Amêndola, na pasta da Ordem Pública.
Quase dois meses após ser eleito, Crivella anunciou os 12 nomes que vão compor o primeiro escalão do município a partir do dia 1º. O PMDB, do atual prefeito Eduardo Paes e cujos vereadores apoiaram Crivella no segundo turno da disputa, ficou de fora.
Futuro secretário da Educação e guerrilheiro torturado durante a ditadura, Benjamin integrou o MR-8 e foi expulso do país na década de 1970. O jornalista e cientista político foi filiado ao PT e ao PSOL, mas abandonou a vida partidária há cerca de dez anos. Benjamin é próximo de Crivella desde 2007, quando passou a colaborar com seus programas de governo.
Nome de Crivella para a pasta da Ordem Pública, Amêndola é membro da Polícia Militar desde 1974.
Ele chegou a ser citado como envolvido no sequestro e morte do jornalista Alexandre von Baumgarten. Mas sua participação nunca foi comprovada. Seu nome constava na agenda de telefone do sargento Guilherme Pereira do Rosário, morto na explosão da bomba do Riocentro em 1981, segundo reportagem do jornal "O Globo" de 2011.
Filiado ao PRB, o coronel foi condenado na década de 1980 por sequestro e tortura ao cobrar um cheque sem fundo de um devedor, segundo reportagens do "Jornal do Brasil". A pena acabou prescrita. O militar fundou Nucoe (Núcleo de Operações Especiais) da PM, que daria origem ao famoso Bope. Também foi comandante e superintendente da Guarda Municipal na primeira gestão César Maia na Prefeitura do Rio (1993-1996).
| Câmara Municipal do Rio/Divulgação | ||
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| Prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella é diplomado na Câmara Municipal |
O anúncio do secretariado foi feito por e-mail enviado pela assessoria do prefeito eleito, que está em viagem aos Estados Unidos com familiares.
Com a divulgação dos nomes, o prefeito eleito reduz à metade o total de secretarias municipais no Rio. Uma das extintas foi a Secretaria de Turismo, que será substituída por um conselho formado por Ricardo Amaral, José Bonifácio, o Boni, Roberto Medina e Paulo Manoel Protasio.
A equipe vai assumir um município com orçamento 4,5% mais enxuto do que o deste ano, com um total de R$ 29,5 bilhões.
Outro escolhido por Crivella é o engenheiro Rubens Teixeira, que vai comandar a Secretaria de Conservação e Meio Ambiente. Ele é pastor da Assembleia de Deus e foi diretor financeiro da Transpetro durante a gestão de Sérgio Machado, investigado na Operação Lava Jato.
Já o candidato derrotado na eleição municipal Índio da Costa (PSD) será o responsável pela Secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação –ele era cotado para Educação, mas perdeu a vaga para Benjamin.
A economista Maria Eduarda Gouvêa Berto, especialista em PPPs e concessões, comandará a Fazenda.
A deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), filha do ex-governador Anthony Garotinho, vai comandar a Secretaria de Desenvolvimento, Emprego e Inovação. A vereadora Teresa Bergher ficou na Assistência Social. O vereador Carlos Eduardo (SD) foi confirmado na Saúde, bem como o engenheiro Fernando MacDowel, no Transporte.
Os demais escolhidos: Ailton Cardoso da Silva (Casa Civil), deputado Luiz Carlos Ramos (Relações Institucionais) e Nelcimar Nogueira (Cultura).