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    Empresas 'gourmetizam' e adotam festa da firma à fantasia em fim de ano

    JULIANA GRAGNANI
    DE SÃO PAULO

    23/12/2016 02h00

    Não bastasse o constrangimento da festa da firma, o homem foi lá e inventou a festa da firma à fantasia.

    "Quando vi esse tema, não fiquei muito animado, mas falei: 'Vamos, né'", diz Lucas Nastaro, 31, assistente de mídia da RMA, empresa de comunicação corporativa. "Mas minha mulher se animou. Fomos na 25 de Março e fizemos a fantasia em casa." Nastaro, que diz ser "gordinho", foi vestido de Russell, o escoteiro do filme "Up: Altas Aventuras" (2009). A dedicação lhe rendeu o prêmio de melhor fantasia, uma televisão.

    Em busca de novidade, empresas investiram em festas de final de ano diferentes, colocando funcionários e chefes frente a frente de fantasia.

    Michelle Ferreira/Divulgação
    Lucas Nastaro, 31, vestido de Russell, do filme 'Up: Altas Aventuras' na festa de fim de ano da empresa em que trabalha
    Lucas, 31, vestido de Russell, do filme 'Up: Altas Aventuras' na festa da empresa em que trabalha

    Foi assim com as celebrações do Santander, da Microsoft e da Cielo, empresa de pagamentos eletrônicos.

    Cerca de 2.500 foram à festa do Santander na última sexta (16), no Clube Pinheiros (zona oeste de São Paulo). Freiras, Chapolins, prisioneiros e marinheiros, duas vacas e ao menos um Luigi passaram por ali. "Pensaram muito antes de fazer a festa à fantasia, ficaram meio receosos de ficar uma bagunça", diz Jonas Santos, coordenador de eventos da Agência Um, contratada para promover a festa do banco. "Mas foi um sucesso."

    Uma "estação de customização", com apetrechos e perucas, foi montada na pista para os sem fantasia.

    Duas horas antes do fim do expediente na RMA, salas da agência foram liberadas para os funcionários se arrumarem. Na festa, que reuniu 100 funcionários, um dos sócios achou "que não fosse virar", diz Cristina Metidieri, gerente de RH da empresa. "Quando viu que todos estavam se fantasiando, correu atrás para improvisar. Acabou indo de 'homem de preto'."

    "A maioria dos supervisores não estava fantasiada, acho que porque não se sentiu confortável perante os subordinados", diz Michel Barbosa, 29, que trabalha na Unimed em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e foi de Harry Potter na celebração da empresa. "Mas os demais estavam, e foi bem divertido para todos."

    A vantagem da celebração à fantasia, segundo o analista fiscal Luis Fernando Sousa, 27, da Microsoft, "é ver o lado criativo e engraçado das pessoas". Ele usou adornos árabes no encontro que aconteceu no Cine Joia, no centro de São Paulo, na quarta passada (14), e que reuniu 500 funcionários de 900 convidados do Brasil inteiro.

    OLHANDO PARA O NADA

    "As empresas estão sempre buscando algo novo nas festas. Era sempre tudo muito igual, aquele formato redondinho: os funcionários iam e ficavam olhando para o nada", diz Adriana Porto, promotora de eventos como os corporativos. "A festa à fantasia vem com força porque faz com que as pessoas se envolvam antes -planejando a fantasia-, durante e depois, curtindo as fotos. Tem menos formalidade e mais diversão."
    A crise também fez com que várias empresas desistissem de fazer festas, diz ela.

    Para economizar, a dona de uma start-up de gastronomia, a empresária Daniella Mello, 31, pensou em uma alternativa diferente.

    Em outubro, quando a empresa completou um ano, ela pediu que os 18 funcionários ("todos super jovens") fossem trabalhar fantasiados.

    "Quando chegaram, falei: está todo mundo dispensado. Vamos para a 'Peruada'", conta, referindo-se à tradicional festa de rua da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. "A molecada pirou. Ficamos o dia inteiro bebendo no centro", afirma.

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