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    Rio de Janeiro

    Polícia suspeita de crime passional em desaparecimento de embaixador grego

    DO RIO

    30/12/2016 11h48

    Bruno Poletti - 16.jun.2016/Folhapress
    O embaixador da Grécia, Kyriakos Amiridis, desaparecido desde a última segunda no Rio
    O embaixador da Grécia, Kyriakos Amiridis, desaparecido desde a última segunda no Rio

    A Polícia Civil do Rio suspeita que um crime passional esteja por trás do desaparecimento do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis, 59. O diplomata foi visto pela última vez na noite de segunda (26), na casa de familiares de sua mulher, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

    A mulher, Françoise Amiridis, que é brasileira, foi à Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense para prestar depoimento na manhã desta sexta (30). Durante a madrugada, um policial militar também falou à polícia. Não se sabe se ele é suspeito ou testemunha do crime.

    O delegado Evaristo Pontes, que investiga o caso, afirmou não acreditar que o embaixador tenha sido sequestrado. "A investigação segue algumas linhas, mas não trabalhamos com essa. Se fosse isso, os sequestradores já teriam feito contato", disse.

    Kyriakos deixou a casa da família de sua mulher na noite da última segunda em um carro alugado e não foi mais visto.

    Na quarta (28), Françoise comunicou à Polícia Federal o desaparecimento de seu marido. A PF avaliou que o sumiço não tinha qualquer relação com a atividade diplomática de Amiridis no Brasil. Por isso, o caso foi encaminhado à DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), que tem um setor específico para investigações de desaparecimentos.

    Na noite de quinta (29), um corpo foi encontrado dentro de um carro cuja placa é a mesma do veículo que havia sido alugado pelo diplomata. O veículo estava queimado, sob um viaduto, no bairro da Figueira, em Nova Iguaçu. O corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) da cidade para identificação.

    Procurado pela Folha, o Ministério de Relações Exteriores disse que não comentará o assunto, e funcionários do Consulado da Grécia no Rio não deram informações sobre o paradeiro de Amiridis. A Embaixada da Grécia ainda não havia se pronunciou oficialmente sobre o caso.

    Apesar disso, dois funcionários da embaixada grega em Brasília, que pediram para não ter seus nomes publicados, informaram à Folha que a embaixada já acionou a polícia, o Itamaraty e o Ministério das Relações Exteriores da Grécia em busca de informações sobre o paradeiro do embaixador, que oficialmente está de férias até o próximo dia 9, quando deveria voltar ao trabalho na embaixada em Brasília.

    PAIXÃO PELO RIO

    Amiridis é um apaixonado pelo Rio e já foi cônsul na cidade de 2001 até 2004. Em janeiro deste ano, ele assumiu o posto em Brasília. Nas suas folgas, ele costuma passar alguns dias no Rio. Um dos funcionários da embaixada grega em Brasília confirmou que a mulher de Amiridis tem residência na capital fluminense.

    O embaixador é formado em direito pela Universidade de Aristóteles em Tessalônica, na Grécia. Sua carreira diplomática começou em 1985. Antes de assumir o posto em Brasília, ele foi embaixador da Grécia na Líbia por quatro anos a partir de 2012.

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