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    Antonio Garcia Lopes (1930-2016)

    Mortes: Dono do churro mais famoso da Mooca

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    03/01/2017 00h00

    Antes mesmo que os apitos das fábricas avisassem o início de mais um dia de trabalho no bairro da Mooca, na década de 50, seu Antonio já estava de pé. Para o filho de espanhóis, o expediente começava às 2h da madrugada, hora em que vestia seu avental e abria sua loja de churro.

    O horário inusitado aproveitava a troca de turno das fábricas de um bairro essencialmente industrial.

    Operários de tecelagens eram clientes assíduos e por isso Antonio os conhecia pelo nome. Dizia-se que ninguém saía da loja de Antonio sem comer, mesmo que estivesse sem dinheiro.

    A iguaria era uma massa levemente salgada, frita em formato espiral, num forno a carvão e que poderia ser polvilhada de açúcar e canela.

    A guloseima poderia ainda ser embrulhada em folhas de papel e de jornal para não esfriar. Para acompanhar, café ou chocolate quente servidos em copo americano.

    O expediente noturno da "churraria" logo atraiu uma clientela diferente, vinda de bailes de formatura e boates.

    Nos anos 2000, quando o centro tecnológico de um banco já ocupava o antigo endereço das tecelagens, era o público saído das baladas que formava longas filas de madrugada à espera do sabor inigualável. Churro com recheio? "Não falem palavrão!" Para mim, isso não é churro", falava aos novos clientes desavisados.

    Só parou de trabalhar em 2008, quando uma pneumonia o deixou debilitado. Morreu de pneumonia, aos 86 anos, deixou três filhos, netos, bisnetos e a esposa de um segundo casamento.

    coluna.obituario@grupofolha.com.br

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