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    Justiça mandou empresas excluírem link que vinculava ministro a facção

    DANIELA LIMA
    DE SÃO PAULO

    14/01/2017 02h00

    Alan Marques/Folhapress
    Alexandre de Moraes, no Ministério da Justiça
    Alexandre de Moraes, no Ministério da Justiça

    O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, obteve ainda em 2015 uma liminar que obrigou plataformas do Google e Facebook a excluir publicações que o apontavam como "advogado do PCC".

    A decisão, do juiz Tom Alexandre Brandão, do Tribunal de Justiça de São Paulo, é fruto de uma empreitada que Moraes iniciou naquele ano, quando ainda era Secretário de Segurança de São Paulo do governo de Geraldo Alckmin (PSDB). No processo, Moraes ataca especificamente links com o título: "O novo secretário de Segurança de São Paulo foi advogado do PCC".

    Seus advogados argumentam que o conteúdo foi disseminado por uma rede de blogs que simulavam veículos de comunicação reais. Eles copiaram reportagem assinada pelo jornalista Luis Nassif, mas adulteraram o título do texto, atribuindo um vínculo entre Moraes e a organização criminosa PCC.

    "O novo título traduz uma informação completamente distinta daquela tratada na matéria original, fazendo uma inferência que não é verdadeira", escreveu o juiz. O magistrado diz ainda que a edição foi feita de modo "evidentemente sensacionalista", induzindo o leitor a uma "situação absolutamente distinta e que não é corroborada pela matéria" assinada por Nassif.

    O texto original de Nassif trazia a informação de que Moraes, que é advogado, havia representado legalmente uma cooperativa de vans de São Paulo que, posteriormente, foi investigada por suposta ligação com o PCC. Google e Facebook recorreram, mas não conseguiram reverter a liminar.

    Segundo as últimas movimentações da ação, a Justiça tenta notificar os responsáveis dos menores de idade que criaram as publicações, já que, além da suspensão dos links, o ministro pede indenização por danos morais.

    Procurado pela Folha, Moraes disse que foi à Justiça para combater "notícia falsa e difamatória, publicada de má fé em sítio eletrônico para causar danos à minha imagem e honra".

    Ainda é possível encontrar réplicas do link na internet. "A luta nessa seara é inglória, mas deve ser feita. A Justiça determinou a retirada de oito blogs criados com nomes falsos do ar e reconheceu a mentira difamatória da publicação", concluiu Moraes.

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