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    Rio de Janeiro

    Agentes entram em greve e visitas a presídios estão suspensas no Rio

    DO RIO

    17/01/2017 15h44

    Divulgação/Sindicato dos Servidores do Sistema Penal do RJ
    Servidores pedem que Estado regularize o pagamento dos salários atrasados
    Servidores pedem que Estado regularize o pagamento dos salários atrasados

    Parentes dos 51.113 presos do Estado do Rio estão sem poder receber visitas em função da greve dos agentes penitenciários, que teve início à 0h desta terça-feira (17).

    Sem ter recebido o salário de dezembro e o 13º do ano passado, trabalhadores do sistema penal do Rio decidiram entrar em greve até a próxima segunda-feira (23).

    A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que colocou um plano de contingência para manter a segurança e a rotina nas cadeias do Estado. A pasta, contudo, não dá detalhes de como isso será feito, alegando medidas de segurança.

    Havia a expectativa, não confirmada até o momento, de que policiais militares assumissem o posto dos grevistas, que fazem piquete em frente ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio, a principal cadeia do Estado, onde se encontra preso, por exemplo, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

    Até a publicação desta reportagem não havia sido registrado maiores tumultos nas cadeias do Estado.

    Segundo o movimento grevista, houve paralisação do setor administrativo, sem prejuízo, no entanto, para sejam servidas as refeições dos presos, bem como a contagem de detentos, entrada e saídas determinadas pela Justiça.

    POLICIAIS CIVIS

    A Polícia Civil também deu início, às 8h desta terça-feira, a uma paralisação de 72 horas, também em protesto contra atrasos salariais.

    Segundo o Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis) do Rio, apenas ocorrências com violência e grave ameaça, como homicídios, latrocínios e roubos estão sendo atendidas. Prisões em flagrantes feitas pela Polícia Militar também serão encaminhadas.

    De acordo com o presidente do Sindipol, Francisco Chao, a DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros) está funcionando normalmente, devido a investigação do desaparecimento de uma menina em Acari. Homens da Core, o grupo de elite da Polícia Civil, não aderiram à paralisação para dar apoio as investigações sobre a criança.

    A ideia é que o movimento dure dois dias. Após esse período, os policiais farão uma assembleia para determinar se entram ou não em greve.

    SALÁRIOS

    Diante da greve, o governo do Rio anunciou que pagará nesta quarta-feira (18) o salário de dezembro dos servidores da segurança pública, que incluem os agentes penitenciários, polícias e bombeiros.

    Em nota divulgada na noite desta terça-feira (17) o governo informou que os pagamentos de ativos e aposentados será feito a partir das 13h. Serão desembolsados R$ 623 milhões.

    Não há informações ainda sobre o pagamento do décimo terceiro de 2016.

    O Estado do Rio negocia junto ao Governo Federal um pacote de ajuda fiscal, que incluirá a suspensão do pagamento do serviço da dívida com União. A expectativa é que até o final desta semana o pacote seja apresentado.

    A ideia é que isso dê alívio para o governo colocar sua folha salarial em dia. Desde o início de 2015 que o governo, imerso em grave crise fiscal, atrasa os pagamentos.

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