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    mosquito aedes aegypti

    Após suspeitas em MG, cresce procura por vacina contra febre amarela em SP

    ADRIANA CHAVES
    WILLIAM CORREIA
    DO "AGORA"

    18/01/2017 02h00

    O registro de 152 casos suspeitos de febre amarela em Minas Gerais, com 47 mortes, em 26 municípios aumentou a preocupação de quem vai viajar para o Estado, causando um crescimento da procura por vacinas contra a doença na cidade de São Paulo.

    A Secretaria Municipal da Educação, da gestão João Doria (PSDB), disse que o número de doses aplicadas em dezembro do ano passado cresceu 13% em relação ao mesmo mês de 2015.

    Nesta terça (17), a reportagem procurou 30 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de todas as regiões da capital que são referência para aplicação da vacina e todas relataram maior procura pela imunização.

    Sete delas disseram não ter doses até a tarde de ontem, e a maioria dos outros postos de saúde afirmou que a aplicação da vacina estava restrita a quem fosse viajar para áreas de risco. Na UBS Cangaíba (zona leste), por exemplo, funcionários disseram que é necessário até apresentar a passagem.

    O Ministério da Saúde, do governo Michel Temer (PMDB), diz que enviou neste mês 400 mil doses extras da vacina ao Estado de SP por decisão do governo Geraldo Alckmin (PSDB) de intensificar a imunização.

    O infectologista pediátrico Roberio Leite, professor-adjunto da Universidade Federal do Ceará, afirma que a vacina é a única forma eficaz de evitar a proliferação da febre amarela. De acordo com o médico, apesar de o vírus ser característico de áreas silvestres, ele pode avançar para regiões urbanas –não há casos urbanos no país desde 1942.

    "Quando a área urbana fica próxima à rural, muitas vezes o vírus pode entrar e passar a circular. A única maneira de evitar isso é com uma boa cobertura vacinal", diz.

    Quase toda a área do Brasil afastada do litoral é considerada de risco de contágio de febre amarela pelo Ministério da Saúde. A indicação é de que duas doses da vacina ao longo da vida são necessárias para imunização permanente e que a ela deve ser aplicada até dez dias antes da viagem.

    O aposentado Gilberto Cardoso, 70, por exemplo, adiou a visita a familiares em Minas Gerais para aguardar esse período até que a vacina passe a fazer efeito. Inicialmente, ele embarcaria nesta terça para Belo Horizonte, mas trocou a data da passagem para 8 de fevereiro.

    Ele procurou a UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Soares, em Guaianases (zona leste). "Primeiro passei em um posto perto de casa, como não tinha a vacina, vim para este. Nunca tinha tomado essa vacina antes, mas meu sobrinho, que mora em Belo Horizonte, me ligou e disse está o maior surto. Todo mundo da família já tomou", afirmou.

    Municípios com casos notificados de febre amarela

    OUTRO LADO

    A Secretaria Municipal da Saúde afirmou, por meio de nota, que não faltarão doses de vacina contra a febre amarela na capital, mas pediu que apenas quem for viajar a áreas de risco procure as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para a imunização.

    "As unidades de referência para aplicação da vacina são abastecidas sempre que necessário, pois o Centro de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos possui estoque estratégico para abastecimento das centrais regionais", disse no texto.

    A pasta ressalta, porém, que "o município de São Paulo aplica a vacina de febre amarela apenas em pessoas vão viajar para as áreas risco de transmissão da doença".

    Sobre os postos de saúde que não tinham vacina, a secretaria disse que todos receberam novas doses nesta terça, exceto a UBS Parque Anhanguera, na região de Pirituba (zona norte da capital), que, de acordo com a secretaria, será abastecida nesta quarta (18).

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