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    Massacre em presídios

    Crise em presídio de Natal afeta circulação de ônibus e coleta de lixo

    DANILO SÁ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NATAL

    19/01/2017 13h00 - Atualizado às 18h56

    Frankie Marcone/Futura Press/Folhapress
    Ônibus incendiado em rua de Natal no mesmo dia de transferência de presos amotinados há cinco dias
    Ônibus incendiado em rua de Natal no mesmo dia de transferência de presos amotinados há seis dias

    Após uma noite de tensão em Natal, em que 15 ônibus foram incendiados e houve disparos contra duas delegacias, sem deixar feridos, o clima ainda é tenso na capital potiguar.

    A rebelião no presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, dura seis dias e já deixou pelo menos 26 detentos mortos, segundo o governo.

    Na manhã desta quinta-feira (19), as facções no interior do presídio voltaram a se enfrentar. A polícia reagiu com tiros e bombas.

    Por volta das 12h30 do horário local, as empresas de ônibus recolheram os coletivos em circulação em toda a cidade, alegando falta de segurança.

    A Polícia Militar diz que está se reunindo com o setor de transporte para traçar estratégias de segurança e que colocou todo o seu efetivo nas ruas para conter novos ataques.

    Os ônibus já saíram das garagens com atraso de duas horas no começo do dia, o que causou longa espera em paradas de toda a cidade. O Sintro-RN (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do RN) diz que a categoria esperou o dia amanhecer para sair com mais segurança.

    "Nós estamos nas ruas confiando apenas na segurança de Deus e esperamos que nos terminais viaturas [policiais] possam dar segurança", disse o presidente do Sintro-RN, Júnior Rodoviário, pela manhã. "Sem polícia não tem condições de colocar a vida dos motoristas e cobradores na mão dos marginais", disse o presidente do Sintro-RN, Júnior Rodoviário.

    A expectativa é que o Sindicato decida esta tarde se os serviços serão paralisados. Se houver novos ataques, "terão que recolher, não tem outra saída", informa o sindicalista.

    A coleta de lixo na cidade também foi prejudicada na quarta-feira (18). A Prefeitura de Natal decidiu suspender o serviço com medo de ataques aos veículos.

    A Guarda Municipal de Natal, que poderia atuar na escolta dos ônibus, como ocorreu em outras ocasiões, está em greve desde 23 de dezembro. A categoria pede o pagamento de salários atrasados e a compra de coletes para todos os servidores, entre outras reivindicações.

    Apesar do clima de insegurança, as escolas, universidades e o comércio em geral funcionam normalmente nesta quinta (18).

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